O médico Tarcízio Pimenta, prefeito de Feira de Santana, está preparando uma ampla reforma administrativa logo após as eleições de 2010. Nos bastidores comenta-se que de quatro a seis secretários podem ser exonerados. Segundo as nossas fontes, Tarcízio deve nomear pessoas que representem melhor as forças políticas que emergem do processo eleitoral de 2010.
Filiado ao Democratas, Tarcízio lançou a primeira dama Graça Pimenta candidata a deputada estadual pelo PR (Partido da República), que em âmbito nacional apoia o governo Lula e no estadual faz dobradinha com Geddel Vieira Lima. O prefeito tem origem na Esquerda e durante os governos Democratas migrou para a Direita. Sua esposa está em um partido de Centro que abrigam vários ex-carlistas, o que de certa maneira, o deixa em uma posição de companheirismo, caso ingresse no PR.
Outro partido que pode recepcionar Tarcízio é o PMDB, que em Feira de Santana é comandado pela família Martins. O deputado Colbert esteve com Pimenta em diversas ocasiões, viabilizando importantes recursos para o município e foi recebido ao lado de Geddel e do staff peemedebista no paço municipal.
Até mesmo o PP de Otto Alencar pode vir a recebê-lo, em função das fortes ligações que tem com o colega médico e candidato a vice na chapa petista. O certo é que Tarcízio não deverá manter-se em um partido, os Democratas, que perde espaço no cenário nacional e estadual. Que neste momento está sendo rejeitado pela população e como fez no passado, deve mais uma vez mudar de partido, buscando aproximar-se do PT. O Partido dos Trabalhadores tem perspectivas reais de formar a maior bancada da história, com 130 deputados federais o governador baiano, um ou dois senadores e a presidente da república.
Exonerações
Dentre os nomes cotados para sair estão os que são mais próximos do ex-prefeito de Feira de Santana, José Ronaldo de Carvalho, que patina entre a 4º e 5º posição na corrida ao senado da república, praticamente mantem-se estacionado numericamente nos 10%. Segundo nossas fontes, Ronaldo está de olho no paço municipal, caso confirme nas urnas os resultados das pesquisas eleitorais, ele deverá lançar-se candidato a prefeito de Feira, tentando um terceiro mandato.
Nesta direção aproximou-se do vereador Roberto Tourinho que através do programa de rádio na POVO AM, tem levado ao ar denúncias contra a administração municipal e na tribuna da CMFS tem fustigado o prefeito Pimenta com graves e contundentes questionamentos administrativos e éticos. Filiado ao PSB, Tourinho declarou publicamente apoio a José Ronaldo como senador e comenta-se que faria uma dobradinha com Ronaldo, sendo-lhe candidato a vice.
Alguns liderados que eram secretários de José Ronaldo e mais recentemente, de Tarcízio Pimenta, retornaram à Câmara Municipal a exemplo de Alcione Cedraz e Justiniano França. Certo grau de tencionamento entre eles e o prefeito ocorreu, não foi maior porque os vereadores não abrem mão dos cargos e dos espaços que ainda têm no governo municipal.
Geilson, Humberto e Torres
Outro fator que deve promover modificações na composição do secretariado municipal serão os resultados eleitorais apresentados por Carlos Geilson, Humberto Cedraz e Fernando Torres. Geilson está em uma posição um pouco mais confortável, pois o seu partido está coligado à candidatura do PMDB e não faz um enfretamento nacional ao PT.
Em condição um pouco mais desconfortável está Humberto Cedraz, que é candidato pelo PSDB, sendo responsável pela reorganização do partido em diversos municípios. Fernando Torres está filiado ao DEM e possui vereadores que seguem a sua orientação a exemplo de Gerusa Sampaio. O seu espaço na futura reforma administrativa pode ser reduzido pois o mesmo conta com o apoio de Pimenta em sua candidatura a deputado federal.
Eleições 2012
Tarcízio Pimenta tem deixado claro em inúmeras entrevistas, que não abre mão do direito de candidatar-se à reeleição. O jogo sucessório para eleições municipais de 2012 começa logo após as eleições de 3 de outubro de 2010. Claro que se confirmada nas urnas às projeções das pesquisas de intenção de votos, que indicam não haver segundo turno para presidente e governador na Bahia. A nova luta política será travada nas principais cidades da Bahia: Salvador, Feira de Santana, Vitória da Conquista, Itabuna, Camaçari, etc. Novos arranjos, acordos, traições, composições devem pautar os assuntos da mídia no processo pós-eleitoral de 2010.
Seja o primeiro a comentar