Alguém seria minimamente capaz de citar ou até mesmo imaginar qual a diferença existente entre, antes de ser demolido, o Carandiru e o Congresso brasileiro? Se até o momento o caro leitor não foi capaz, eu arrisco a dizer que a diferença é nenhuma, exceto por um detalhe que não é nada simples: o requinte do congresso no qual transitam, com raras e honrosas exceções, meliantes de colarinhos brancos que gozam de uma excrescência denominada de fórum privilegiado, o que lhes dá a certeza de que este ninho de ratos jamais será implodido pela polícia. Mas, nunca é demais lembrar que a implosão não poderá ser descartada caso o povo, em um átimo de indignação, resolva mudar ou dar um basta a este estado de putrefação em que se encontra o modelo político no Brasil e seus congêneres.
Enquanto essa medida saneadora não acontece, a corja continua trabalhando para destruir o frágil tecido social que reveste a sociedade brasileira que se encontra, há um bom tempo, na UTI. Vivemos em um país onde a impunidade predomina e a justiça continua cega, enquanto a injustiça enxerga longe. Só nos resta, infelizmente, a certeza quanto ao fato de que se a situação não sofrer alterações saneadoras estaremos inexoravelmente, caminhando a passos largos em direção à barbárie. Só quem poderá dar um basta a esta esbórnia que atenta, ao longo de cinco séculos, contra os reais e os legítimos e inalienáveis interesses do povo que habita esta sofrida nação dos trópicos, é o próprio povo.
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