De tudo um pouco quando se quer difamar

Lendo a matéria ‘Ibram vende certificado a vereador’, publicada no Jornal “Bahia Notícias”, (27/07/07), na coluna “Sou Repórter”, tive a impressão de que se tratava do jornalismo investigativo que tanto admiro. Entretanto, fiquei preocupado com o lide não-factual, que utiliza outro recurso para chamar a atenção da matéria e do suposto autor. Inicia com uma informação inverídica. A Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), ainda, não possui curso de jornalismo.

O trabalho investigativo sobre a atuação do Instituto Brasileiro de Apoio aos Municípios (Ibram), com a compra de um Certificado de participação no 40º Encontro Brasileiro de Prefeitos, Vereadores e Assessores, por um suposto estudante de jornalismo, seria uma grande reportagem se as intenções não fossem outra. Afirmo que a importância da matéria serviu de “gancho” para uma investida contra a vereadora Cíntia Machado, a última vereadora a participar de um encontro promovido pelo Ibram, os demais vereadores de Feira de Santana que já participaram de encontros promovidos pelo mesmo instituto, não foram relacionados e citados.

O foco da matéria era a vereadora. Por trás de uma matéria, importante, sob o aspecto da credibilidade, lisura e seriedade profissional, o suposto estudante de jornalismo deve ter sido usado por alguém mais experiente, que desejava de forma política desgastar a imagem da vereadora. O suposto estudante de jornalismo não deve permitir tal manipulação, principalmente por pessoas inescrupulosas e profissionais “à-toa”. Com isso perdeu uma grande oportunidade de aprofundar o seu trabalho investigativo sobre a participação de vereadores nesses cursos, seminários e simpósios, apenas para atingir a vereadora Cíntia Machado, que não tem nenhuma ligação com o Ibram.

O profissional de comunicação deve ter bem senso. “O bom senso é a coisa mais bem-repartida do mundo”, disse o filósofo René Descartes, no “Discurso do Método” e ainda assim, escreveu as “Regras para a Direção do Espírito”, que se tornou uma espécie de manual para o bom senso. A prática do jornalismo tem grande necessidade desse tipo de balizas. Foi o que faltou na matéria “Ibram vende certificado a vereador” e outras matérias divulgadas em determinado Blog e repercutidas nos meios de comunicação (deve ter sobrado jabaculê). Nesse caso específico faltou responsabilidade moral, jogaram por terra a ética profissional e partiram de forma vergonhosa para a desmoralização política de uma pessoa de bem, que em momento algum fez uso indevido do dinheiro público. Foi uma ação mesquinha, pessoal e política.

A vereadora participou das três palestras que seriam proferidas em três dias e a direção do instituto resolveu realiza-las em um dia. A responsabilidade do ato não é dos participantes. Muito menos se o instituto está vendendo certificados. O Ministério Público Estadual ou Federal deve ser provocado pelas Câmaras Municipais ou pelo suposto estudante de jornalismo que comprou um certificado pelo telefone e deve ter gravado sua conversa com os funcionários ou dirigentes do Ibram, além de possuir o certificado em questão.


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