Sucessão em Feira testa inteligência e passa pelo soutismo | Por Carlos Lima

Em diversos setores da sociedade feirense, o processo sucessório municipal tornou-se o assunto mais comentado. Nem a morte do senador ACM e as divergências entre os carlistas e soutistas canalizaram as atenções tanto quanto a indicação do candidato do Democrata (DEM) a sucessão do prefeito José Ronaldo, nas eleições de 2008. Na verdade, os políticos feirenses que seguiam ortodoxamente a liderança do senador ACM ficaram órfãos de poder de decisão tanto no diretório estadual quanto no municipal.

A decisão do prefeito José Ronaldo de discutir o processo depois do carnaval, coloca em cheque as pretensões do deputado estadual, Tarcízio Pimenta, carlista de carteirinha, e abre espaço para o deputado federal, Fernando de Fabinho, soutista. Ambos possuem densidade eleitoral suficiente para lançarem-se candidato a prefeito pelo DEM. Fabinho tem maior aproximação com o prefeito José Ronaldo, conseqüentemente, uma vantagem que pode abrir caminho para o segundo turno.

Com a morte de ACM, Tarcízio Pimenta perdeu fôlego dentro do partido, conta com o apoio de ACM Neto que está preocupado em consolidar uma herança política na Bahia e dividir o comando do DEM entre ele e Pulo Souto, e, politicamente este não é o momento de abrir mais uma frente de confronto dentro do partido forçando a indicação de Tarcízio Pimenta como candidato a prefeito de Feira de Santana pelo DEM. Por outro lado, prováveis nomes como Jairo Carneiro, Eliana Boaventura e Antonio Caros Borges Júnior, não possuem carisma e densidade eleitoral suficiente para enfrentar os candidatos de oposição.

As oposições em Feira de Santana, situação no Governo do Estado, mais uma vez, até agora, não conseguiram unidade para o primeiro turno. O PMDB já definiu o deputado federal, Colbert Martins Filho, como seu candidato a prefeito. O PT não discutiu o assunto, mas dois nomes estão sendo trabalhados, o deputado estadual José Neto e o deputado federal, Sérgio Carneiro. José Neto tem maior densidade eleitoral, tem maioria no diretório e maior rejeição popular. Precisa correr contra o tempo para melhorar sua imagem.

Nesse cenário, ainda bastante turvo, surge o PRTB no processo sucessório e lança de forma irreversível a candidatura do deputado estadual, Fernando Torres a prefeito, como forma de fortalecer o partido e o seu deputado. Torres obteve uma votação expressiva em Feira de Santana. Segundo o próprio deputado, sua candidatura só será retirada se o deputado Sergio Carneiro for o candidato do PT.
Finalmente, vamos mergulhar nas possibilidades: sob o ângulo do Democrata, Tarcízio Pimenta ou Fernando de Fabinho para criarem possibilidade de vitória nas eleições de 2008 precisam do apoio do prefeito José Ronaldo. Esse apoio está mais direcionado a Fernando de Fabinho. Tarcízio Pimenta, melhor do que ninguém tem conhecimento desse fato, por isso mesmo deseja que até o final de setembro o prefeito declare o nome candidato do DEM. Como não vai acontecer, Tarcízio Pimenta, segundo insinuações do próprio, deixará o partido e construirá sua candidatura em outra agremiação política.

A saída de Tarcízio Pimenta do DEM enfraquece os dois nomes, um deles vai ao segundo turno, se for Fernando de Fabinho, a desconfiança geral é de que Tarcízio Pimenta apóie no segundo turno o nome da oposição. Se for Fernando de Fabinho a negociação é incerta, passa pelo ronaldismo e soutismo. As desconfianças entre José Ronaldo e Tarcízio Pimenta são insuperáveis, nada do que se apresenta diz respeito à realidade.

Nas oposições, atualmente, o nome mais forte é do deputado federal, Colbert Martins Filho, PMDB, seguido de José Neto, PT, depois vem Sérgio Carneiro, PT, e Fernando Torres do PRTB. As oposições dependem do desempenho do governador, Jaques Wagner, em Feira de Santana, para alavancar suas candidaturas chegar ao segundo turno. E pela unidade e cooptação da dissidência do DEM, eleger o prefeito de Feira. Colbert Martins Filho é o nome das oposições com maior experiência e densidade eleitoral. Precisa escolher e definir melhor o marketing de campanha. Essa será sua grande e última oportunidade de chegar a prefeitura de Feira de Santana.

*Por Carlos Antonio de Lima, brasileiro, natural de Caruaru, Estado de Pernambuco, nasceu no dia 22 de dezembro de 1951. Jornalista e radialista. Atualmente Tesoureiro da Academia Feirense de Letras, membro do MCC – Movimento do Cursilho de Cristandade da Arquidiocese de Feira de Santana, âncora do programa jornalístico Jornal da Povo, da Rádio Povo, emissora que pertence ao Sistema Pazzi de Comunicação e chefe de Redação e Divulgação da Secretaria Municipal de Comunicação Social.


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