Industriais brasileiros mostram interesse em estreitar negócios com Cuba

Industriais brasileiros manifestaram hoje (11/12/2016) ao ministro do Comércio Exterior de Cuba, Raul de la Nuez Ramírez, durante encontro na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), interesse em estreitar as relações comerciais com o país. Ramírez expôs aos empresários a situação econômica de Cuba, e disse que também há interesse por parte do governo cubano de aumentar as relações comerciais com o Brasil.

Segundo Ramírez, dos países da América Latina a Venezuela ocupa o primeiro lugar entre os importadores de produtos de cubanos. O Brasil está em segundo lugar na balança comercial do país. “Cuba é um exportador de combustíveis e a Venezuela é o primeiro comprador de combustíveis de Cuba. Também há comércio de serviços de Cuba para a Venezuela nos últimos anos”, disse.

O fluxo comercial de Cuba com os outros países da América Latina chega a US$ 12 milhões. Até setembro o crescimento foi de 12%, segundo o ministro.

Ramírez disse que seu país pretende modernizar a indústria açucareira, mas que o etanol não é um dos maiores interesses de Cuba, porque o país não produz cana-de-açúcar com a finalidade de uso para combustível.

“Cuba já se pronunciou publicamente por não utilizar alimentos para produção de combustíveis. O Brasil tem uma situação diferente, tem grandes áreas de terra para plantar. Cuba é um país menor do que o Brasil. Lá nós produzimos etanol para uso na indústria farmacêutica e alimentícia”, explicou.

Os empresários brasileiros manifestaram descontentamento com relação às linhas de crédito disponíveis para o comércio entre os dois países. O ministro cubano afirmou que o governo está estudando as possibilidades para novas linhas de financiamento junto aos países com quem pretende negociar.

“Há 50 anos Cuba está submetida a um bloqueio por parte dos Estados Unidos que impede o acesso de Cuba ao mercado de capitais. Temos tido soluções para comprar alimentos no Brasil e estamos estudando e negociando acordos de financiamentos para adquirir bens industriais”, disse.

Ramírez disse ainda que o país tem grande disponibilidade e necessidade de modernizar sua frota de veículos leves e pesados – caminhões e ônibus. “Possivelmente somos o único país que ainda tem veículos fabricados de 1950 a 1960 andando nas ruas. São pitorescos, mas obsoletos. Precisamos de caminhões e ônibus, porque os nossos utilizam gasolina como combustível e consomem muito”.

Ele disse que a indústria automobilística pode participar dessa renovação, mas ressaltou que é essencial que haja alguma linha de financiamento adequada.

O ministro cubano participa amanhã (12), em Brasília, da abertura da 7ª Reunião da Comissão Mista de Cooperação Técnica Brasil-Cuba.

O ministro também tem agendado encontros com os ministros da Saúde (José Gomes Temporão), do Turismo (Marta Suplicy), de Minas e Energia (Nelson Hubner) e da Fazenda (Guido Mantega).


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