CIA admite uso de técnica de afogamento em interrogatórios

Em pronunciamento durante uma audiência no Senado americano, Hayden disse que a prática foi adotada há cinco anos e, depois, não foi mais usada.

Na polêmica técnica, o prisioneiro é deitado e um pano é colocado em sua boca ou um pedaço de plástico colocado sobre seu rosto. Os interrogadores jogam então água sobre o rosto do prisioneiro.

Segundo James Coomarasamy, correspondente da BBC em Washington, esta é a primeira vez que uma autoridade do alto escalão do governo americano revela quando e em quem a técnica foi utilizada.

Guantánamo

Em seu depoimento para o Senado, Hayden afirmou que, no final de 2001 e em 2002, três suspeitos da Al-Qaeda, que estão atualmente presos em Guantánamo, passaram pela técnica que simula a sensação de afogamento.

Entre os três estava Khaled Sheikh Mohammed, que teria planejado os ataques de 11 de setembro de 2001.

Hayden afirmou que a técnica, que foi proibida entre os militares, mas não para a CIA, não foi usada nos últimos cinco anos e apenas foi usada naquela ocasião porque as autoridades temiam um outro ataque contra os Estados Unidos.

Em dezembro de 2007, a CIA admitiu que tinha destruído vídeos que mostravam os interrogatórios de dois dos três homens que foram citados por Hayden em seu depoimento desta terça-feira.

De acordo com Coomarasamy, a pressão para que o governo de George W. Bush declare que a técnica de interrogatório é contra a lei está aumentando.

Críticos e organizações de defesa dos direitos humanos afirmam que a simulação da sensação de afogamento é tortura.

Mas o novo secretário da Justiça dos Estados Unidos, Michael Mukasey, já se recusou diversas vezes a revelar sua opinião sobre a legalidade da técnica.


Discover more from Jornal Grande Bahia (JGB)

Subscribe to get the latest posts sent to your email.

Facebook
Threads
WhatsApp
Twitter
LinkedIn

Deixe um comentário

Discover more from Jornal Grande Bahia (JGB)

Subscribe now to keep reading and get access to the full archive.

Continue reading

Privacidade e Cookies: O Jornal Grande Bahia usa cookies. Ao continuar a usar este site, você concorda com o uso deles. Para saber mais, inclusive sobre como controlar os cookies, consulte: Política de Cookies.