Pobres Jovens Sem Histórias

Aqueles que nasceram nas décadas de 40 e 50 têm muitas histórias para contar. Viram Pelé, aos 17 anos, de forma espantosa e exuberante, iniciar sua trajetória de sucesso no cenário futebolístico mundial, a Seleção Brasileira de futebol sagrar-se bi-campeã nos gramados e, em seguida, o tri campeonato. Garrincha, com suas pernas tortas, fez o mundo delirar ao ritmo dos seus dribles desconcertantes e em Liverpool, um grupo de jovens desconhecidos formarem a banda de rock, The Beatles, que invadiram a Europa e todo o planeta com suas canções de amor e protestos, deixando-nos deslumbrados com aquele tipo de musica, até então desconhecido. Viram o homem pisar, pela primeira vez, na lua, o primeiro vôo do Concorde, nave comercial francesa que quebrou a barreira do som, dando inicio a uma nova era tecnológica.

Na música, Caetano Veloso, Bethânia, Gal e Gil, lançaram o movimento Tropicália, acompanhado dos festivais Hippies de protestos – Woodstock na Inglaterra e no Brasil, o de Guaraparí – Roberto Carlos, Erasmo e Wanderleia, mandaram tudo para o inferno e, logo em seguida, avisaram a Jesus Cristo que estavam aqui. Na política, a repressora revolução de 64 com seu terrível A.I. nº 5.

Hoje nossos jovens não têm grandes emoções e nem histórias como estas para contar. As historias de hoje são outras. Bombas que explodem, mísseis que singram os céus levando consigo a morte, aviões transformados em armas, pai que mata a filha, a A.I.D.S. a cada dia que passa fazendo mais vitimas, a igreja tentando bloquear a polêmica pesquisa embrionária com células-tronco, escândalos e corrupções na política, as drogas sempre ganhando terreno, principalmente nas portas das escolas, trazendo como companheira a prostituição e a pedofilia.

Diante de tudo isso o mais doloroso é ouvir, em um dos maiores veículos de comunicação do país, um político de grande envergadura declarar, em seu pronunciamento, que: “quem não dá certo na vida vai ser professor”. Esqueceu-se que no passado foi educador e que para ocupar o posto que hoje ostenta, passou pela orientação de diversos mestres e também se esqueceu que educar liberta.

No entanto, “por mais longa e escura que seja a noite, amanhece” e o sol, um dia, voltará a brilhar trazendo em seus raios luminosos a perspectiva de escrevermos novas e emocionantes histórias, mudando este tenebroso quadro que só pode ser desfeito com a ajuda destes mesmos “Sofridos Jovens Sem Histórias”.

Alberto Peixoto
http://www.albertopeixoto.com.br
reyapeixoto@yahoo.com.br


Discover more from Jornal Grande Bahia (JGB)

Subscribe to get the latest posts sent to your email.

Facebook
Threads
WhatsApp
Twitter
LinkedIn

Deixe um comentário

Discover more from Jornal Grande Bahia (JGB)

Subscribe now to keep reading and get access to the full archive.

Continue reading

Privacidade e Cookies: O Jornal Grande Bahia usa cookies. Ao continuar a usar este site, você concorda com o uso deles. Para saber mais, inclusive sobre como controlar os cookies, consulte: Política de Cookies.