Coréia do Norte diz que vai reativar reator nuclear

Hyun Hak-bong disse que a decisão foi motivada pela “falta de comprometimento dos Estados Unidos” em cumprir sua parte no acordo firmado em julho entre seis países para o desmantelamento do programa nuclear da Coréia do Norte.

O diplomata não deu detalhes sobre quando o reator voltará a operar, limitando-se a dizer aos jornalistas que “em breve saberão”.

Em junho, a Coréia do Norte submeteu, com grande atraso, um relatório revelando detalhes de suas instalações nucleares – esperando, em contrapartida, a remoção imediata de seu nome da lista americana de países que apóiam o terrorismo.

Entretanto, os Estados Unidos afirmaram que isso não seria possível até que o país concordasse com inspeções para verificar a veracidade do que havia revelado.

O grupo dos seis países que negociam a questão nuclear norte-coreana – Estados Unidos, China, Rússia, Japão e as duas Coréias – ainda não chegou a um entendimento sobre a melhor maneira de verificar essas informações.

Impasse

Hyun Hak-bong disse que o governo já havia desmantelado até 90% de sua capacidade de processar plutônio em Yongbyon, mas que diante do impasse nas negociações com os EUA, “interromperá o processo para restaurar as operações do reator a seu status original”.

O diplomata norte-coreano ainda afirmou que os Estados Unidos “não devem forçar” uma inspeção para verificar o processo de desarmamento nuclear ao qual o país se comprometeu.

“Os Estados Unidos estão exigindo que aceitemos demandas que não foram negociadas no acordo. Eles querem chegar em qualquer lugar, em qualquer hora e coletar amostras e examinar equipamentos”, disse ele.

“Isto significa que eles pretendem forçar as inspeções”.

Ainda segundo Hak-bong, forçar Pyongyang a permitir um “método de inspeção semelhante a que se faz com um ladrão”, em nome dos padrões internacionais, “exacerbará as tensões”.

As declarações do diplomata foram feitas a jornalistas antes de uma reunião entre autoridades norte e sul-coreanas para discutir o envio de energia para a Coréia do Norte.

Segundo o correspondente da BBC em Seul John Sudworth, o encontro significa que, apesar do impasse, as negociações entre o país comunista, seus países vizinhos e os Estados Unidos “ainda estão vivas”.

De acordo com o repórter da BBC, as instalações do reator nuclear estão “em pedaços” e analistas prevêem que levará pelo menos até que o local esteja pronto para voltar a funcionar.


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