Rio de Janeiro poderá perder 18 mil empregos no setor da construção naval, alerta sindicalista

O Rio de Janeiro poderá perder 18 mil novos empregos nos próximos meses e ainda perder outros 4 mil a 5 mil postos existentes no setor naval, caso a Petrobras decida levar para outros estados a construção de 13 dos 43 navios já licitados pela Transpetro para construção em estaleiros fluminenses.

A preocupação foi manifestada pelo coordenador do Fórum Nacional Intersindical dos Trabalhadores da Indústria Naval e Offshore, Luiz Chaves, que organizou hoje (04/09/2008) uma manifestação de metalúrgicos em frente à sede da Petrobras, em protesto contra o enfraquecimento da indústria naval fluminense.

“A manifestação decorre do temor de todos nós de perdemos nossos empregos e de que outros deixem de ser gerados em razão da possibilidade de que a Petrobras leve para outros estados as obras de construção dos 13 navios licitados e vencidos pelo consórcio Rio Naval e pelo Estaleiro Mauá”, disse o sindicalista.

Os manifestantes entregaram à diretoria da estatal, que estava reunida, um documento relatando as preocupações dos metalúrgicos.
“Nós já havíamos entregado este mesmo documento na semana passada à ministra Rousseff [Dilma, ministra chefe da Casa Civil], e também na semana passada uma comissão esteve com o presidente Lula, em São Bernardo do Campo (SP), a quem também foi entregue um documento semelhante”, informou.

Chaves lembrou que recebeu do presidente Lula “o compromisso de que ele lutará para reverter o quadro atual, que coloca em risco os nossos empregos”.

De acordo como sindicalista, de um total de 43 embarcações licitadas pela Transpetro – braço logístico da Petrobras para o setor de transportes –, o Rio de Janeiro ganhou a licitação para construir apenas 13, sendo nove do tipo Aframax, vencida pelo consórcio Rio Naval, e outros quatro do tipo Panamax, vencida pelo estaleiro Mauá-Jurong. Essas encomendas tem um custo estimado de US$ 860 milhões.

“Se a Petrobras mantiver a decisão de não construir as plataformas P-55, P-57 e P-62 aqui no estado e também os 13 navios que foram licitados no ano passado, o estado estará perdendo além dos 18 mil novos postos do trabalho que poderão ser gerados, divisas que certamente viriam para os cofres fluminenses”, alertou.

O coordenador do fórum informou que a diretoria da Petrobras deverá receber uma comissão de trabalhadores na sexta-feira (12) da próxima semana, “quando se espera uma resposta satisfatória”.

A manifestação dos metalúrgicos do Rio aconteceu um dia antes da data prevista para do corte do primeiro aço que vai marcar o início da construção dos 26 navios contratados na primeira fase do Programa de Modernização e Expansão da Frota de Petroleiros (Promef).
A cerimônia será no Porto de Suape, em Pernambuco, e contará com as presenças do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, além dos presidentes da Petrobras, José Sergio Gabrielli, e da Transpetro, Sérgio Machado.

O Promef integra o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e a previsão é que crie cerca de 40 mil empregos diretos e outros 120 mil indiretos em suas duas etapas. A primeira prevê a construção de 26 navios de grande porte (petroleiros e gaseiros), com investimentos estimados de US$ 2,5 bilhões. A segunda etapa prevê a construção de mais 23 navios petroleiros.


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