Samuel Celestino versus noticiário de A Tarde | Por Oldack Miranda

Oldack Miranda fez parte da resistência democrática e foi preso e torturado por prepostos da ditadura militar.
Oldack Miranda fez parte da resistência democrática e foi preso e torturado por prepostos da ditadura militar.

Entre a opinião pessoal do comentarista político Samuel Celestino, do jornal A Tarde, e o noticiário do jornal A Tarde, fico com o noticiário. De um lado, Samuel Celestino desanca o secretário de Cultura da Bahia, Márcio Meirelles, de outro, a reportagem do jornal A Tarde nos revela uma Secretaria da Cultura vitoriosa e dinâmica, uma revolução. Quem estará com a verdade? A opinião de um ou a reportagem de muitos?

O erro de avaliação de Samuel Celestino é julgar o conjunto da administração por uma única parte. A partir de uma suposta “agonia” do Balé do TCA, ele conclui arbitrariamente que a secretaria da Cultura vem sendo “mal gerida”. E isso nas colunas de sábado (24/01/09) e de domingo (25/01/09).

E por que afirmo que fico com a reportagem do jornal A Tarde (26/01/09)? Porque, simplesmente, é mais objetiva e verdadeira, sem pecar por avaliação subjetiva e unilateral.

Leiam o Caderno Especial “Cultura em Movimento” do jornal A Tarde (domingo, 18/01/09). É um excelente caderno assinado por Patrícia Borba e Aleile Moura, com projeto gráfico de Edu Argolo. O Caderno Especial não somente explica o momento do Balé do TCA, como aborda os novos projetos e a ampliação dos recursos para a dança na Bahia. A Secretaria da Cultura promove a reestruturação da Escola de Dança da Fundação Cultural e também do velho e desgastado Balé do TCA. Nestes dois anos, cresceu o número de alunos da Escola de Dança e o Balé do TCA voltou-se para a formação de novos públicos. Acho que Samuel Celestino não leu o Caderno Especial do jornal A Tarde.

Não dá para aceitar uma opinião tão unilateral. A Secretaria da Cultura fez o Museu de Arte Moderna renascer das cinzas. Transformou o MAM, sob direção de Solange Farkas, num verdadeiro centro multicultural, com protagonismo no circuito de artes do país. Eu levo sempre meu neto, João Pedro, ao Projeto “Pinte no MAM” e sempre assisto as deliciosas “Jam Sessions” a R$ 2 (dois reais) a entrada.

E o Salão da Bahia? Transformou-se numa vitrine de artistas visuais baianos com destaque para o 15º Salão. E os salões regionais? Romperam o viciado cenário de artes visuais da Bahia e ganharam o interior do Estado.

Só com base numa suposta decadência do Balé do TCA, acho errada a conclusão do jornalista Samuel Celestino. Basta conversar com os produtores independentes de audiovisual para se notar a diferença, com a atuação do IRDEB, com os Editais do Fundo de Cultura. As premiações estão aí para provar o que digo.

Recomendo a Samuel Celestino ler o Caderno Especial de A Tarde. Tenho certeza de que ele vai mudar de opinião. Ele sempre foi um cara honesto. Basta ler o balanço do que foram estes dois anos de fortalecimento da música independente, a começar pelo orçamento. A nova política cultural da Bahia possibilitou apoio a novos nomes da música. E o projeto Neojibá de orquestras sinfônicas para crianças e jovens da periferia? E a maravilhosas apresentações da Orquestra Sinfônica no TCA?

A propósito, recomendo ao Samuel Celestino, que respeito muito, mas, com o qual não sou obrigado a concordar, a leitura da reportagem do jornal A Tarde sobre as novas propostas de trabalho do Teatro Castro Alves, incluindo o fortalecimento dos corpos estáveis do Complexo Teatro Castro Alves: o Balé do TCA e a Orquestra Sinfônica.

Ao contrário do que afirma Samuel Celestino, a cultura na Bahia nunca foi tão bem administrada como agora. O problema é que tem muito interesse particular contrariado.


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