A vontade política é a capacidade de satisfazer as necessidades de uma sociedade, de forma reconhecida pela maioria dos seus integrantes. Essa ideia pode parecer frágil, mas no decorrer deste artigo a ideia será fortalecida. Um exemplo prático da falta de vontade política é o seguinte: até a década de 1980, as propagandas de cigarro eram cheias de luxo, pessoas bonitas, ideia de poder, virilidade, sensualidade etc; sabia-se que o fumo era prejudicial, mas o consumo era elevado; a indústria do fumo recolhia impostos milionários aos cofres públicos.
Seria impossível para muitas pessoas, na década de 1980, imaginarem sociedades sem a presença massiva dos cigarros, dos fumantes, das doenças do fumo etc. Porém, desde o final da década de 1990, muitas outras indústrias foram desenvolvidas, aumentando as fontes de arrecadação dos impostos; as pessoas elevaram o nível de consciência ambiental, com isso compreenderam que a preservação ambiental inicia com a preservação do ser humano; tomou-se consciência de que não é racional manter uma prática reconhecida mundialmente como causa de doenças terríveis e mortes precoces. Então, a reunião de todos esses fatores criou as condições necessárias para que a sociedade civil se organizasse em campanhas contra o fumo, denunciando de forma escancarada os males do fumo e a necessidade de evitar o consumo dos cigarros, cigarretes e charutos. Foi a partir daí que os poderes públicos compreenderam o crescimento dessa demanda pela ausência do fumo e criaram as leis que delimitam áreas para fumantes e não fumantes, proibição do fumo dentro das aeronaves, além de controle da publicidade do fumo.
Bem, a vontade política se materializa quando a sociedade possui uma necessidade e torna pública essa necessidade de forma racional, sensibilizando os poderes públicos, e muitas vezes até o setor privado. Ou seja, espontaneamente, reúnem-se todas as condições políticas, culturais, econômicas e sociais, tornando viável a realização de práticas legais para o atendimento da satisfação da necessidade. Assim, fica claro que a vontade política não pertence a ninguém. Não é uma determinada autoridade pública que tem a vontade política para a satisfação de uma necessidade social. A vontade política não pertence a ninguém; é um sentimento social resultante da integração das vontades de cada um dos integrantes de uma sociedade.
Logo, percebe-se que a materialização da vontade política induz ao aparecimento das verbas, à criação das fundações, dos programas sociais, das campanhas públicas. É importante observar também que a organização da sociedade agiliza a criação do ambiente para o desenvolvimento da vontade política.
Então, quando se diz: o que falta é vontade política! Significa que ainda não foram reunidas todas as condições necessárias para que uma determinada necessidade social comece a ser satisfeita. Por isso a importância das associações de bairros, da escolha correta dos vereadores, deputados e senadores.
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