O Castelo na cueca

Tínhamos dólares na cueca, agora temos também um castelo. Não que caiba um castelo de alguns milhares de metros quadrados em uma cueca, porém, tanto os dólares quanto o castelo fedem por igual. São originados da mesma sujeira.

Não adianta indignação contra tais mazelas. É necessário tratamento aos mazelentos, na sua maioria homens públicos que fizeram e fazem carreira na política, que muitas vezes nem sequer assumiram outros encargos na vida privada, e que apenas herdaram um patrimônio político duvidoso.

Homens que vivem da miséria alheia, espoliando o erário através de sórdidos acordos, utilizando-se de um mandato ou de um cargo qualquer, são realmente doentes e desequilibrados, com transtorno de conduta, e merecem tratamento psiquiátrico com internamento em manicômio judicial. São dignos de pena.

A corrupção do homem público pelo privado, ou vice-versa, já é atividade intensamente explorada ao longo dos séculos. A vaidade, ligada às facilidades encontradas, e a falta de objetivo de servir a comunidade destemperam o caráter dos fracos e os fazem trilhar por caminhos tortuosos, duvidosos, e de ordenamento criminoso.

Se o bem mais precioso para alguns são a honra, a dignidade própria, e a probidade, para outros são, levados pela vaidade, o dinheiro, a posse, e o poder sem limites.

Resta-nos, entretanto, aquela parte não contaminada e, como faz a ciência com as plantas e os animais irracionais, utilizando-se da genética para melhoramento das espécies, poderemos também utilizando-nos dos votos conscientes o melhoramento da classe política (ou da espécie política).
Se algum dia conseguirmos esse melhoramento genético, não teremos mais notícias de dólares ou castelos na cueca.


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