O pior cego é o que não quer ver | Por Edmundo Filho

Edmundo Carvalho Santana Filho é radialista e diretor de radiojornalismo da Secretaria de Comunicação do Governo da Bahia.
Edmundo Carvalho Santana Filho é radialista e diretor de radiojornalismo da Secretaria de Comunicação do Governo da Bahia.

A origem desta frase muito tem a ver com uma das atividades mais emblemáticas e apaixonantes da humanidade: a profissão de jornalista. É essa pessoa de enorme destaque na sociedade que colaborou e muito ainda contribui para abrir os olhos de quem não quer ver o que está bem na sua frente e se nega a enxergar a verdade, ainda que seja aquela quer Karl Marx dizia ser relativa, ou seja, que cada um tem a sua.

Histórico: Em 1647, em Nimes, na França, na universidade local, o doutor Vicent de Paul D’Argenrt fez o primeiro transplante de córnea em um aldeão de nome Angel. Foi um sucesso da medicina da época, menos para Angel, que assim que passou a enxergar ficou horrorizado com o mundo que via. O mundo que ele imaginava era muito melhor. Pediu ao cirurgião que arrancasse seus olhos. O caso foi acabar no tribunal de Paris e no Vaticano. Angel ganhou a causa e entrou para a história como o cego que não quis ver.

E diferente de Angel, o jornalista exercita dia-a-dia a sua visão estreita e atenta de nossa realidade, sem recuar, mesmo sem nenhuma égide para se defender dos Titãs que atormentam a liberdade de imprensa e que são responsáveis pelos mais banais e condenáveis assassinatos da democracia, em todos os continentes.

Ao longo da história o jornalista desvendou mistérios, elegeu mitos, revelou relações perigosas e imorais, combateu injustiças, deu visibilidade às riquezas naturais e humanas, denunciou conflitos e guerras despropositadas, transformou anonimato em sucesso e glória, e registrou a evolução, as façanhas e as derrocadas de muitas gerações.

Aliado da ciência, da política, da religião, do povo, da cultura e da sociedade o jornalista fez e faz a diferença! É quem nos mostra um mundo que não queremos ver, embora ele esteja ali – bem em frente dos nossos olhos, sob nossa recusa de não querer enxergar. E mesmo na adversidade, o jornalista dá provas de que um planeta mais justo, igual e de paz é possível, quando acreditamos no que fazemos e no ideal de contribuir com a coletividade através de sua própria dedicação, fé e trabalho.

Ética e compromisso com a verdade, num tempo de conflitos de interesses e disputas pela afirmação de poder, são as armas que o jornalista usa para abrir os nossos olhos e nos mostrar que tudo depende de nossa força de vontade, de querer mudar e reagir ao que insistimos em não enxergar.

À você, que nos ajuda no papel de disseminar a democracia e consolidar a liberdade de expressão como uma das maiores conquistas do homem contemporâneo, a nossa sincera e grandiosa homenagem.

Parabéns pelo Dia do Jornalista!!!

Saudações,

Edmundo Filho

*Edmundo Carvalho Santana Filho é radialista e diretor de radiojornalismo da Secretaria de Comunicação do Governo da Bahia.


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