Assembleia entra na luta contra a exploração sexual de crianças

Depoimentos emocionados marcaram a audiência pública realizada nesta sexta-feira, pela manhã, na Assembleia Legislativa, promovida pela Comissão da Promoção da Igualdade, presidida pelo deputado Bira Corôa (PT), sobre o Dia de Combate à Exploração e Abuso Social de Crianças e Adolescentes.

Ainda é muito grande o número de crianças e adolescentes vítimas de abuso e exploração sexual, comprovadamente, na sua maioria, aquelas que estão incluídas no contexto das comunidades mais carentes. É justamente por causa dessa condição social que os aliciadores se aproveitam, com promessas de trabalho profissional inexistente para levarem as mesmas à prostituição infanto-juvenil.

Além desse crime, existem os casos de abusos por parte de pessoas que vivem no próprio seio da família, em sua maioria “padrastos”, contra as crianças de ambos os sexos. A situação se agrava porque as próprias mães das crianças violentadas, sob ameaça dos companheiros, preferem não procurar as autoridades competentes para comunicar o ocorrido. A promotora de Justiça titular de uma das duas varas de Proteção à Criança e o Adolescente, Sandra Patrícia, confirmou que muitas, depois de realizarem a comunicação, voltam amedrontadas e as retiram.

“Denunciar esta violência contra os jovens é extremamente importante. O abalo psicológico fica para o resto da vida. Reconheço que as varas especializadas não possuem nenhuma estrutura para apoiar os violentados e suas famílias. Muitas vezes não comparecem às audiências por falta de dinheiro para o transporte. As varas só possuem estrutura física, como carteiras, cadeiras, computadores e outro, infelizmente”, comentou a promotora.

Emoção

A audiência contou com a participação de representantes da Associação de Agentes de Proteção da Infância e Juventude do Tribunal de Justiça do Estado, vinculados a diversos municípios baianos. Eles reclamaram da falta de apoio para executar suas atividades e solicitaram apoio da comissão.

O deputado Bira Corôa, que também é professor, emocionou-se quando fez um relato sobre a vida de uma ex-aluna abusada pelo padrasto e que depois tornou-se uma garota de programa, já que não recebeu apoio da família, principalmente da mãe, que preferiu apoiar o companheiro.

“A fiscalização tem que ser rigorosa por parte da família, inclusive com elementos que vivem no próprio seio das famílias. O uso da internet, o bate papo com estranhos, enfim, se a família não ajudar, vai ser difícil para as autoridades chegarem a esses criminosos. A comissão vai continuar a luta também por esse problema que preocupa a todos nós, pois queremos proteger os jovens e ajudar a punir os criminosos,” concluiu Bira Corôa.


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