
Prossegue até o dia (26/07/2009), no Museu de Arte Moderna da Bahia, a exposição Saccharum BA, que aborda, por meio das diversas linguagens da arte, o tema do açúcar em suas múltiplas facetas com trabalhos que estão sendo desenvolvidos por diversos artistas brasileiros e estrangeiros.
Com curadoria de Alejandra Muñoz, a iniciativa é fruto de uma parceria entre o MAM, o Goethe-Institut (ICBA) e a Escola de Belas Artes da UFBA e resultado do projeto multidisciplinar “A Rapadura e o Fusca: Cana, Cultura, Sociedade”, que vem acontecendo desde fevereiro de 2008 e segue até junho de 2009.
Saccharum BA procura retratar o caráter global do açúcar, que desde sempre marcou tanto a imagem do Brasil, ao unir, em uma só mostra de arte contemporânea, nomes como Jonathan Meese, Simone Nieweg e Jürgen Stollhans da Alemanha; José Rufino, Vauluizo Bezerra, Ieda Oliveira, Gaio Matos, Ayrson Heráclito, Maxim Malhado, Herbert Rolim, Márcio Fagundes, Caetano Dias e Baldomiro Cruz do Brasil; Shelley Miller do Canadá, e Meschac Gaba do Benin, entre outros.
Conceito
O açúcar, além dos seus usos (matéria-prima, alimento, mercadoria, bio-combustível) e de sua condição como meio expressivo, é uma referência simbólica da constituição cultural nordestina e brasileira, um elemento chave da formação sócio-política, tanto do Recôncavo como do Brasil. Considerando-se, então, o contexto do projeto “A Rapadura e o Fusca…” e a abrangência do tema, o ponto de partida geral da exposição “Saccharum BA” é a discussão da noção de Arte e o papel que cabe à Arte na formação da sensibilidade e dos valores coletivos.
Para isso, além dos artistas convidados, também integram a mostra peças de acervos locais que guardam alguma relação com a produção de açúcar e derivados, explorando o potencial de diálogo dos acervos existentes em Salvador e o papel que cabe às coleções artísticas baianas na dinamização cultural e na construção da Arte Contemporânea. A ideia é promover o entendimento de “contemporâneo” não se limitando a uma questão de data recente de produção de obras de arte, mas às possíveis atualizações de objetos e manifestações que, embora produzidas em outras épocas, ofereçam uma leitura possível de nosso tempo.
Por esse motivo o projeto também visa a discutir a relevância do passado da cultura do açúcar no Recôncavo baiano, mediante oficinas de Arte-Educação realizadas com crianças do Ensino Fundamental em escolas da rede pública próximas de alguns dos antigos engenhos. O produto das oficinas está incorporado também à montagem final.
“O objetivo da mostra Saccharum BA não é fazer uma abordagem didática ou historiográfica da cultura do açúcar, mas sim, estabelecer leituras possíveis de uma tradição e de uma discussão contemporânea fundamental para o Brasil”, explica a curadora, Alejandra Muñoz. “Buscamos mobilizar a participação de pessoas e instituições numa reflexão que, diante das atuais polêmicas em torno da produção do bio-álcool, entende-se pertinente e necessária”, finaliza.
Saccharum BA ocupará o Casarão, a Galeria Subsolo e a Capela do MAM, além de salas expositivas na Galeria Solar Ferrão. A escolha do MAM como sede principal da exposição se deu por este estar localizado no Solar do Unhão, antigo engenho/entreposto de açúcar e conjunto industrial colonial mais importante de Salvador.
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