Alemanha quer liderança no mercado de carros elétricos

Plano do governo alemão prevê o lançamento de um milhão de carros nos próximos 10 anos. Ecologistas e especialistas criticam a ideia.

 A Alemanha quer assumir a liderança mundial no mercado de carros elétricos. O governo da chanceler Angela Merkel anunciou nesta quarta-feira (19/08/2009) o chamado Plano Nacional de Desenvolvimento Eletromobilidade.

O objetivo é levar até o ano de 2020 pelo menos um milhão de carros elétricos às ruas alemãs. Hoje, 41 milhões de veículos circulam no país, apenas mil deles são movidos a eletricidade. “Nossa meta é tornar a Alemanha o mercado líder da mobilidade elétrica”, afirmou o ministro alemão da Economia, Karl-Theodor zu Guttenberg.

Entre as iniciativas a serem postas em prática nos próximos dez anos, estão o fomento à pesquisa e ao desenvolvimento de novas baterias, à melhor cooperação entre os setores envolvidos, a ampliação da infra-estrutura para veículos elétricos e o aceleramento da produção e do lançamento dos automóveis.

O projeto seria parcialmente financiado com uma verba de 500 milhões de euros contida no segundo plano de estímulo econômico, anunciado pelo governo alemão no início do ano. A compra dos primeiros 100 mil automóveis movidos a energia elétrica poderia ser subvencionada através de um bônus em dinheiro, conforme sugeriu o ministério do Meio Ambiente. Essa alternativa, entretanto, foi deixada em aberto. “Esta é uma tarefa que deverá ser resolvida pelo próximo governo, observou Guttenberg.

“Conto de fadas tecnológico” 

Ecologistas criticaram o novo plano. De acordo com um representante da Federação de Proteção a Natureza, os carros a eletricidade não são uma garantia de que a energia utilizada virá de fontes ambientalmente limpas. O Greenpeace tachou a iniciativa de “conto de fadas tecnológico”, argumentando que os automóveis elétricos não poderiam dar “nenhuma colaboração considerável para a proteção climática nos próximos 10 a 20 anos”.

Analistas acreditam que carros elétricos só poderão ser produzidos em série daqui a muitos anos. Entre os problemas citados estão o desenvolvimento de baterias potentes, assim como o preço do veículo.

Um carro elétrico custa 15 mil euros a mais do que um movido a gasolina, afirmou em entrevista à Reuters Willi Diez, diretor do Instituto para Economia do Automóvel em Nürtingen. Ele acha que o plano desperta falsas esperanças.

Segundo uma sondagem, um em cada cinco alemães deseja adiar a compra de um novo carro para  aguardar o dia em que poderá adquirir um veículo elétrico. “No momento, estão fomentando esperanças irreais”, acusa.

Na opinião de Diez, os motores movidos a eletricidade não apresentam um desempenho ecológico muito melhor do que os novos modelos a gasolina ou diesel, quando são levados em consideração fatores como a produção e a mistura das fontes energéticas.

*Com informação de Deutsche Welle.


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