Universidade de Massachusetts-Dartmouth promove evento sobre Eça de Queirós e Machado de Assis

“Eça and Machado Revisited: A Seminar with Carlos Reis and João Cezar de Castro Rocha” será apresentado na Umass Dartmouth.  No dia 11 de dezembro de 2009, das 2pm às 4pm, a Universidade de Massachusetts-Dartmouth (Umass Dartmouth) apresenta o simpósio “Eça and Machado Revisited: A Seminar with Carlos Reis and João Cezar de Castro Rocha”. As obras do português Eça de Queirós e do brasileiro Machado de Assis ficarão ainda mais conhecidas com as palestras dos professores.

O tema abordado pelo professor Carlos Reis será “O Cânone da Literatura Queirosiana: A Correspondência de Fradique Mendes”, e “Machado de Assis & Eça de Queirós: Paradigmas de Apropriação” ficará a cargo do professor João Cezar.

Para explicar os paradigmas, o professor João Cezar falou um pouco sobre Eça e Machado. Escritores do século XIX, eles seguiam a linha de qualquer escritor e romancista daquela época, ou seja, se valiam de um conjunto de modelos estabelecidos há mais de um século, proporcionado pelos romances franceses e ingleses. Fosse português ou brasileiro, o escritor criaria um romance inovador somente levando em consideração os romancistas anteriores, os quais eram todos estrangeiros.

A idéia central do simpósio é portanto que a originalidade de escritores como Eça de Queirós e Machado de Assis é menos uma originalidade que resulta de uma invenção primeira. “Muito mais uma originalidade que resulta da apropriação de um modelo que já existe”, esclareceu o professor.

Considerado o maior nome da literatura brasileira, Joaquim Maria Machado de Assis. Iniciou a carreira literária no teatro e publicou “Dom Casmurro” em 1899, um dos livros da literatura brasileira mais traduzidos para outros idiomas. O escritor morreu em 1908, mesmo ano em que publicaria “Memorial de Aires”.

João Cezar destacou a modernidade do escritor brasileiro. Segundo o professor, foi um dos primeiros escritores ocidentais que colocou a leitura no mesmo nível da escrita. “A partir de 1880 [Memórias Póstumas de Brás Cubas], o Machado produz uma literatura em que o diálogo com o leitor se transforma em tema da obra literária, em que as leituras do autor são reveladas o tempo todo como se fossem parte do enredo”.

Visão literária moderna

A modernidade do escritor, ainda de acordo com João Cezar, está na grande intuição dele. “De que leitura e escrita ocupam o mesmo nível”. Ao se colocar no lugar do leitor, Machado de Assis fazia o leitor se colocar no lugar do autor, enquanto lia. De acordo com o professor, o romancista deixava vários caminhos abertos, sem nunca dizer com clareza que caminho o leitor deveria seguir.

“Quando você escolhe seu próprio caminho, o Machado transforma você em autor, ainda que você não perceba”. Conforme o professor, esta é uma percepção muito moderna. A grande ambição do evento é que o público acompanhe esta compreensão de Machado de Assis.

O professor brasileiro está como visitante na Umass-Dartmouth desde setembro último, onde fica até o final deste mês, quando volta para o Brasil. Professor na Universidade de Manchester, Inglaterra, João Cezar aproveitou um semestre livre para vir aos Estados Unidos.

Com muito orgulho o professor vai apresentar o trabalho aos alunos de pós-graduação, resultado das pesquisas realizadas durante todo o último semestre. Outro grande trabalho do professor é a obra de 700 páginas “The Author as a Plagiarist – The Case of Machado de Assis”, lançado na Biblioteca do Congresso em Washington D.C., há cerca de 3 anos.

*Com informação da Comunidade News.


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