Como a tecnologia ajuda as cidades | Por Newton Oliveira

Cada vez mais fica evidente que o aumento da população urbana gera demandas difíceis de serem atendidas com os métodos em vigor, mesmo tratando-se das cidades mais desenvolvidas do Brasil. As transformações que se fazem necessárias nos métodos de trabalho não poderão ser alcançadas sem a introdução de várias tecnologias visando diminuir o impacto negativo da grande concentração urbana.

Um dos grandes gargalos das cidades é a falta de um sistema integrado de tráfego que permita a fluidez necessária à mobilidade urbana. Em todas as cidades de médias para grandes existe desconforto da população com o tráfego e a mobilidade urbana não se realiza de forma confortável. Vejam que estamos fazendo referência ao tráfego de automóveis, ônibus e caminhões, contando também com tráfego de passagem que ocorre em muitas cidades.

Além dos indispensáveis semáforos, sinalização vertical/horizontal e outros processos técnicos que são usados, hoje já existe tecnologia informatizada utilizada para monitorar o trânsito oferecendo alternativas de tráfego em tempo real. O GPS é um dos avanços tecnológicos já em uso nos veículos que permite ao usuário escolher roteiros diversificados de forma instantânea nas cidades.

Há também sistemas integrados que auxiliados por câmeras digitais e sensores, controlam a velocidade nas vias e que através de painéis eletrônicos oferecem ao usuário as alternativas de melhor fluxo no sistema viário disponível. Como o tráfego nas cidades de uma forma geral é repetitivo, a população acaba elegendo as vias que em determinado horário e em determinado dia da semana são as mais favoráveis.

Há também grandes inovações para o controle do consumo de água potável, uma das grandes preocupações dos estudiosos, face à poluição de mananciais e desperdícios, principalmente. Todos sabemos que, quanto mais a população aumenta a renda, novos hábitos vão se tornando necessários. Estima-se que o consumo de água nas cidades cresça seis vezes em relação ao consumo atual, nos próximos 50 anos. Sabe-se também que o nível de desperdício é de 50 % entre a captação e o consumo final, por vazamentos e defeitos na infraestrutura. Esta realidade precisa ser combatida, urgentemente, como forma de aliviar a pressão sobre os mananciais. Então, já existe tecnologia que através de sensores distribuídos ao longo da tubulação permite localizar o vazamento e a localização precisa do dano para o devido reparo. A implantação desta tecnologia é acessível a todos os sistemas de captação e distribuição implantados nas cidades.

Pode-se também citar a rede de mão dupla para a energização das habitações, onde a produção de energia solar, por exemplo, pode realimentar o sistema quando a casa não necessita consumir toda a energia produzida através de painéis solares. Esta inovação equilibra o balanço energético nos diversos setores da cidade.

O sistema de saúde nas cidades poderia também ser beneficiado com a instalação de uma rede inteligente, que reunisse hospitais, postos de saúde e clínicas particulares, para monitorar as informações sobre a saúde da população, evitando crises antes que sejam instaladas.

Do mesmo modo, a segurança pública já pode dispor de sistemas informatizados que captam as informações em tempo real nas diversas áreas das cidades e que são transmitidas a uma central que se encarrega da análise dos dados e da orientação para as providências cabíveis.

Tudo isto já é possível instalar nos aglomerados urbanos. Seria uma conquista da população ter estes serviços à sua disposição. O grande desafio é fazer os investimentos e treinar o pessoal. Vamos alimentar as esperanças de ver as inovações tecnológicas implantadas, para aumentar o bem estar das pessoas.

*Prof. Newton Oliveira é Arquiteto e Diretor Presidente da UNEF.

*Com informações do Prof. Newton Oliveira


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