Assunção, 17 fev (EFE).- O ministro de Relações Exteriores paraguaio, Héctor Lacognata, anunciou nesta quinta-feira sua renúncia ao cargo milionário que também exercia na hidroelétrica paraguaio-brasileira de Itaipu, em meio as críticas e as acusações de possível dupla remuneração.
Em entrevista aos jornalistas, o ministro disse que o debate na mídia sobre se recebe ou não duplo salário, o que proíbe a Constituição do país, “superou o debate de interpretação jurídica e entrou no âmbito político”.
Há um ano, Lacognata é conselheiro de Itaipu e por isso recebe salário de 59 milhões de guaranis (US$ 12,8 mil) e mais 11,3 milhões de guaranis (US$ 2,5 mil) por despesas de representação e diversas bonificações como chefe da diplomacia paraguaia.
O ministro defendeu na quarta-feira diante da Comissão Permanente do Congresso a legalidade de ter optado pelo salário mais elevado, o da empresa que administra a represa, e que não cobra os 5,2 milhões de guaranis (US$ 1.130) atribuídos ao cargo de chanceler.
Lacognata destacou que sua designação para Itaipu “atendeu a uma questão conjuntural para equiparar forças na mesa de negociações”, devido ao fato do então chanceler do Brasil, Celso Amorim, exercer as duas funções no conselho de seu país.
“Não queremos entrar em um debate de interpretação. Decidimos tomar a iniciativa de falar com o presidente (Fernando) Lugo para que designe um novo representante para chancelaria em Itaipu” do Paraguai, enfatizou o ministro.
A controvérsia surgiu depois que a imprensa vazasse dados de que ministro recebia salários das duas instituições públicas, embora Lacognata sustente que os pagamentos na Chancelaria são “inerentes ao cargo”.
O caso motivou a reação de partidos da oposição e, inclusive, de algumas formações oficiais, que exigiram a devolução do dinheiro e a renúncia de Lacognata, que faz parte de um dos partidos de esquerda da base de apoio de Lugo.
*Com informações do Deutsche Welle
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