Governistas estumulam argentinos a mostrar fidelidade à Cristina Kirchner

Buenos Aires, 18 fev (EFE).- Um grupo de funcionários e dirigentes governistas argentinos quer estimular a população a mostrar sua “fidelidade” à presidente do país, Cristina Fernández de Kirchner, visando à reeleição da governante no pleito de outubro.

Para mostrar o apoio à presidente, as famílias que se somarem à iniciativa devem colocar nas fachadas de suas residências um cartaz que mostre seu apoio à Cristina, quem ainda não confirmou se será candidata à reeleição.

“Casa companheira do projeto nacional e popular. Cristina 2011”, dizem os cartazes pregados em “mais de 250 casas” que integram a proposta, em sua maioria de famílias de baixa renda e classe média que moram na região urbana de Buenos Aires, afirmou nesta quinta-feira à Agência Efe Víctor Ducrot, dirigente de uma corrente peronista.

Os militantes que se somarem à iniciativa, regada de “folclore” peronista, também devem se responsabilizar pela “organização de atividades, difusão de informação e promoção de encontros” em sua casa, a fim de influenciar seus vizinhos, diz o site da corrente.

Para Ducrot, trata-se de um projeto que procura “recriar uma velha tradição de participação direta”, de modo que “quem abre sua casa aceita com que ela funcione como núcleo de debate em seu território”.

“Enchamos a pátria de casas companheiras para fortalecer Cristina”, propõe Gabriel Mariotto, de outro grupo de funcionários governistas.

De fato, o grupo aposta em conseguir chegar a mil “casas companheiras” até março, principalmente na área urbana de Buenos Aires, uma área de grande importância para o pleito argentino, já que lá residem quase 10 milhões de pessoas, um quarto da população argentina.

“Achamos que é preciso recuperar a militância. Um dos nefastos resultados da ditadura e dos anos 90 foi o rompimento das redes de mobilização política. A ideia é que a casa companheira seja um centro de militância a favor de Cristina, no qual haja encontros de vizinhos e debates”, explicou Ducrot.

Segundo registros do Ministério do Interior, na Argentina há cerca de 8 milhões de pessoas filiadas a partidos políticos, embora analistas privados desmintam esse número, que representa 20% de uma população que desconfia dos políticos, segundo as pesquisas.

“Os filhos da política dos anos 90 começaram a crer mais uma vez” neste projeto, disse, por sua vez, o jovem Pascual Casal, militante de um grupo governista que abriu as portas de sua casa para somar-se à iniciativa.

Gloria Mangione, de 66 anos, disse à Efe que alguns moradores a ameaçaram quando ela colocou o cartaz de “casa companheira” na fachada de sua residência, no bairro portenho de Flores, mas acredita que poderá influenciar sua comunidade “para que apóiem o projeto nacional”.

“Alguns me veem como um animal raro porque o Governo nacional não é muito atrativo para meus vizinhos e eles também não participam muito da política, mas minha ideia é tentar colaborar com a vizinhança, conectá-los com o Governo para solucionar seus problemas”, declara Alfredo Kavaliauskas, morador do bairro de Parque Patricios e que há alguns dias se incorporou à proposta.

No entanto, para o deputado da opositora União Cívica Radical Miguel Angel Giubergia esta iniciativa “é parte desta concepção autoritária que há no poder, que indica que o ‘kirchnerismo’ está acima de tudo e, portanto, os governistas encontram estes mecanismos de controle político que tentam aplacar todos aqueles que pensam diferente”.

A experiência teve início em meio ao clamor de funcionários e dirigentes governistas para que Cristina, favorita nas pesquisa, se apresente à reeleição, especialmente depois da morte de seu marido e antecessor, Néstor Kirchner, que eles apoiavam como candidato.

*Com informações do Deutsche Welle


Discover more from Jornal Grande Bahia (JGB)

Subscribe to get the latest posts sent to your email.

Facebook
Threads
WhatsApp
Twitter
LinkedIn

Deixe um comentário

Discover more from Jornal Grande Bahia (JGB)

Subscribe now to keep reading and get access to the full archive.

Continue reading

Privacidade e Cookies: O Jornal Grande Bahia usa cookies. Ao continuar a usar este site, você concorda com o uso deles. Para saber mais, inclusive sobre como controlar os cookies, consulte: Política de Cookies.