Governo alemão vai consultar Brasília sobre os padrões de segurança da usina nuclear de Angra 3 e reavaliar fiança bilionária dada à empresa construtora Areva/Siemens.
Diante dos desastres ocorridos com as usinas atômicas no Japão, o governo da Alemanha pretende reavaliar a já prometida fiança bilionária concedida à construção da usina nuclear de Angra 3, no Rio de Janeiro.
Segundo nota do Ministério alemão da Economia divulgada nesta quarta-feira (23/03), o governo brasileiro será consultado para saber em que medida os acontecimentos no Japão terão efeito nos próximos procedimentos e nos padrões a serem utilizados na futura usina.
A Alemanha pretende apoiar a construção da usina com uma garantia de crédito de exportação às empresas nacionais de pouco mais de 1,3 bilhão de euros. Entretanto, até hoje não foram assinados o contrato de fornecimento nem os de financiamento.
Ao oferecer esta fiança ao negócio, o Estado apoia as exportações alemãs e protege as empresas em caso de fracasso. Angra 3 será construída pelo conglomerado francês Areva, do qual também participa a empresa alemã Siemens.
Tecnologia ultrapassada
O Ministério alemão da Economia esclareceu que o governo está reavaliando o caso após o episódio Fukushima. “Por isso o governo discute, agora com mais intensidade, esta fiança federal para crédito de exportação com relação a tecnologia nuclear”, afirmou o ministério.
Organizações de defesa do meio ambiente exigem a revogação desta garantia de crédito. Seus representantes temem que o fato de obras no complexo nuclear de Angra terem atrasado por mais de 30 anos possa oferecer grandes riscos para o ser humano e para a natureza.
Segundo eles, trata-se de uma tecnologia ultrapassada em um país com “baixos padrões de segurança e sem uma fiscalização nuclear independente”. Além disso, Angra se localizaria na única região com perigo de terremoto no Brasil.
Segundo a bancada do Partido Verde no Parlamento alemão, entre outubro de 2009 e agosto de 2010 o governo em Berlim aprovou dez fianças para usinas nucleares na China, França, Japão, Coreia do Sul, Lituânia, Rússia e Eslovênia.
*Por Deutsche Welle
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