China registra em fevereiro maior déficit comercial em sete anos

A China apresentou em fevereiro o maior déficit mensal na balança comercial em sete anos, sendo a primeira vez que as importações superaram as exportações no país desde março de 2010.

As importações chinesas cresceram 19,4% em relação ao mesmo mês do ano passado, enquanto as exportações tiveram alta de apenas 2,4% no mesmo período. Com isto, o déficit comercial de fevereiro na China ficou em US$ 7,3 bilhões (R$ 12,4 bilhões).

No mês passado, somente o Brasil foi responsável por US$ 2,2 bilhões (US$ 3,6 bilhões) em vendas para os chineses, de acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

As notícias sobre a balança comercial chegam em um momento em que a China enfrenta críticas, lideradas pelos Estados Unidos, por sua política de crescimento baseada nas exportações.

Os americanos, além de outros países, acusam os chineses de manter a sua moeda, o yuan, em um nível artificialmente baixo em relação ao dólar para favorecer as suas vendas para o exterior.

Analistas acreditam que o resultado de fevereiro pode aliviar esta pressão.

“Um déficit na balança dá alívio no equilíbrio comercial internacional, e isto pode ajudar a reduzir a pressão para o yuan se valorizar”, disse à BBC o especialista Wang Jianhui, da consultoria Southwest Securities.

Wang afirma ainda que, como a China vai em direção de um reequilíbrio de seu comércio e do aumento da demanda interna, é previsto que as exportações continuem se desacelerando nos próximos meses.

Demanda interna

Com a diminuição da demanda por seus produtos em mercados-chave, como o americano e o europeu, a China já afirmou que focará sua política de crescimento econômico no consumo doméstico.

Analistas dizem, no entanto, que os números de fevereiro podem indicar problemas mais graves, como o fato de que a demanda interna não está crescendo como o governo esperava.

A China esperava para fevereiro um crescimento de cerca de 30% nas importações, que são um indicativo de demanda doméstica. No entanto, o número ficou em 19,4%.

“Isto definitivamente não é um bom sinal”, disse à BBC o especialista Xu Biao, do China Merchants Bank. Para ele, os números das importações indicam um “sério enfraquecimento” da atividade econômica interna.

*Com informação do BBC BRASIL


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