Ex-vice presidente José Alencar é velado no Salão Nobre do Palácio do Planalto

Familiares, amigos e autoridades lotaram o Salão Nobre do Palácio do Planalto na manhã desta quarta-feira (30/03/2011) para se despedir do ex-vice presidente da República José Alencar Gomes da Silva, que é velado com honras de Estado. O velório começou com missa de corpo presente, celebrada pelo núncio apostólico no Brasil dom Lorenzo Baldisseri, que representa o papa Bento 16 junto ao governo e à Igreja Católica brasileira.

Logo após a missa, a população pôde subir a rampa do Palácio do Planalto e entrar no Salão Nobre para também se despedir de Alencar. Uma fila de centenas de pessoas aguardava desde o início da manhã desta quarta. É a primeira vez que a entrada do povo é liberada. No velório de Tancredo Neves, em 1985, não foi permitido o ingresso de populares no Palácio.

Envolto na bandeira do Brasil, o caixão do ex-vice-presidente chegou por volta das 11h, em caminhão do Corpo de Bombeiros e batedores, vindo da Base Aérea de Brasília. Trasladado de São Paulo, o corpo chegou à base por volta das dez horas, onde era aguardado pelo vice-presidente da República, Michel Temer; pelos presidentes do Senado, José Sarney, e da Câmara, Marco Maia; pelo o ministro Ayres Brito, que representou o Supremo Tribunal Federal; e pelo governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz.

Ao chegar ao Planalto, o corpo era aguardado pela viúva, Mariza Alencar, e o presidente da República em exercício Michel Temer, postados no alto da rampa. O caixão era carregado por cadetes da Marinha, Exército e Aeronáutica, que passaram por corredor formado pelos Dragões da Independência. O corpo de José de Alencar foi recebido ao som tiros de canhão e salva de palmas dos presentes.

Mariza Alencar, muito emocionada, foi a primeira a se aproximar do caixão do marido e o beijou. Em seguida, os filhos, Josué, Patrícia e Maria da Graça, se despediram do pai. O palácio recebeu centenas de coroas de flores, enviadas por empresas, autoridades e admiradores do ex-vice presidente.

Durante o sermão, dom Lorenzo Baldisseri disse que o coração dos enlutados pela morte de Alencar deve ser fortalecido.

– A vida não foi tirada, mas transformada. A vida é o dom mais precioso que recebemos de Deus e é a Ele devolvida quando cumprimos nossa missão no mundo – disse o núncio, ao afirmar que José Alencar foi uma figura ilustre da vida nacional.

Na manhã desta quinta-feira (31), o corpo de José Alencar seguirá para Belo Horizonte, onde será velado no Palácio da Liberdade, a partir das 9h, antes de ser cremado, conforme era a sua vontade.

No Senado, empresário José Alencar surpreendeu por sua visão política e social

Desde que estreou no Senado, em março de 1999, até sua despedida da Casa, no fim de 2002, José Alencar recebeu dos colegas senadores elogios por seu conhecimento sobre a realidade política e social do país. O empresário de êxitosurpreendeu por defender “uma economia que produza riquezas e que permita discutir como melhor distribuí-las”, conforme disse em aparte o então senador Roberto Freire, no primeiro pronunciamento de Alencar, no dia 4 de março de 1999.

Logo no início de sua primeira fala da tribuna do Plenário, o então representante de Minas Gerais se alistava para “participar do esforço coletivo e solidário de construção de um Brasil melhor para todos”. Para ele, o fortalecimento da economia só fazia sentido se permitisse alcançar os objetivos sociais.

Presente em Plenário na estreia de Alencar, o senador Ramez Tebet,que já faleceu, também ressaltou a visão política de seu colega mineiro, elogiando ainda seu posicionamento contra os lucros excessivos dos bancos e em defesa do papel do setor produtivo no fortalecimento da economia brasileira.

Quatro anos depois, o mesmo Ramez Tebet aparteou a fala de despedida de Alencar do Senado, em 11 de dezembro de 2002, para dizer que se confirmavam suas primeiras impressões e que o então vice-presidente eleito havia mostrado ao Senado ser não apenas um capaz “homem de negócio”, mas principalmente “um homem de espírito público, de conceito ilibado e de moral inatacável”.

Naquela mesma sessão, o então senador Roberto Saturnino registrou que, ao lado do “pragmatismo de um empresário bem sucedido”, Alencar deixava “lições de política na sua dimensão mais elevada”.

*Com informações da Agência Senado


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