O anúncio, na quinta-feira 2 de junho, de que o New York Times será chefiado por uma mulher pela primeira vez em quase 160 anos de história está sendo comemorado nos Estados Unidos. Jill Abramson assumirá como editora-executiva do jornal em 6 de setembro de 2011, no lugar de Bill Keller, que ocupou o cargo por oito anos e voltará a ser repórter.
Para Jill Geisler, do Instituto Poynter, a mudança no comando da publicação representa umavitória para as mulheres no jornalismo, “tanto real, como simbólica”. “Real porque sua promoção faz história”, explicou.
O correspondente do jornal britânico The Guardian em Nova York, Ed Pilkington, ressaltou que o NYT é um dos maiores do mundo, mas fica atrás quando o assunto é igualdade de gêneros.
“Acho que é significativo”, disse Abramson ao programa NewsHour, da PBS, sobre sua promoção. Ao seu próprio jornal, afirmou ser uma “honra” ocupar o posto, depois de crescer lendo o NYT.
Além da promoção de Abramson, o jornal anunciou que o chefe de sua sucursal em Washington, Dean Baquet, será o novo editor-chefe. Basquet foi editor do Los Angeles Times e acabou demitido por se recusar a cortar pessoas de sua equipe, em 2006. Bill Keller voltará a escrever matérias.
Keller gerou discussão no início do ano ao questionar, em sua coluna na The New York Times Magazine, se redes sociais como o Twitter e o Facebook iriãosubstituir as relações “de verdade”, assim como a invenção da imprensa por Gutemberg havia substituído a memória. “As coisas que podemos estar desaprendendo, a cada tweet — complexidade, exatidão, paciência, sabedoria, intimidade — são coisas importantes”, afirmou. “Se o Twitter te deixa idiota ou não, ele certamente faz pessoas inteligentes parecerem idiotas”.
Teemu Henriksson relatou divergências na redaçã do NYT sobre a utilidade do Twitter. Para Jeff Sonderman, no Poynter.org, foi irônico os jornalistas serem informados da promoção de Abramson pelo Twitter e profissionais do jornal postarem no microblog suas reações à notícia.
A veterana analista de mídia Ken Auletta, em um blog da New Yorker, disse que Abramson, uma ex-repórter investigativa, é mais do que qualificada para liderar o New York Times. Para ela, separar o NYT das informações que inundam a internet, investir na narrativa e descobrir histórias que não estão em outros lugares, tudo isso será essencial. “Serão os pilares que sustentarão o NYT sob nova direção”.
*Com informação: Centro Knight | Por Ian Tennant/AP
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