De uma hora para outra, o que era uma grande operação de combate a ilegalidades na Secretaria de Meio Ambiente da Bahia se transformou em um emblemático caso de excessos do poder público ou numa grande operação-abafa. Aos fatos.
Na sexta (22) várias pessoas foram presas acusadas de fraudar documentos na Secretaria de Meio Ambiente da Bahia. Entre os presos estavam três ex-superintendentes da Sema e um funcionário do Instituto do Meio Ambiente (Ima). Dos quatro, três foram auxiliares diretos do ex-secretário Juliano Matos e da ex-presidente do Instituto, Bete Wagner. Veja aqui.
No sábado (23), um advogado que representava um dos presos, entrou em contato com o BAHIA TODO DIA e denunciou que não teve acesso aos autos do processo e que o depoimento de seu cliente foi feito em cima de perguntas previamente produzidas. Clique aqui.
As prisões efetuadas tinham, como se diz no jarguão político, o potencial de nitroglicerina, capaz de colocar fogo nos meios políticos. Afinal, conseqüências iriam surgir após a prisão de pessoas que ocucparam cargos de confiança no gabinete de uma secretaria de Estado. Cite-se, que foi chefiada por Juliano Matos, filho do conselheiro do Tribunal de Contas, Filemon Matos e em um órgão comandado pela ex-esposa do governador Wagner, a ex-vereadora de Salvador, Bete Wagner. O BAHIA TODO DIA registrou isso em matéria no domingo (24). Veja.
Eis que, no meio da manhã de domingo (24), o BAHIA TODO DIA recebe a informação que os presos já haviam sido soltos. Como se faz no bom jornalismo, o site entrou em contato com a assessoria da Secretaria de Segurança Pública, para checar a informação. Não obteve a confirmação. Procurou então o plantão do Tribunal de Justiça da Bahia, onde habeas corpus haviam sido impetrados, para saber se saiu dali a ordem de soltura dos envolvidos. O atendimento do TJ-BA não informou, alegando que as publicações das decisões são feitas após um dia útil. Clique aqui.
Chega então a segunda (25). Novamente fomos em busca das fontes de informação. Estranhamente, os quatro sites do governo que deram na sexta (22), com grande destaque, a Operação e as prisões, silenciaram. Nem um registro sequer do que aconteceu entre sexta e segunda. Nas páginas da SSP, Policia Civil, Sema e Secretaria de Comunicação não foi colocado qualquer registro de um balanço posterior da Corcel Negro 2, a não ser os mesmos registros de três dias antes. Em contato com a assessoria da SSP, a resposta que tivemos é que qualquer informação nova seria repassada à imprensa.
Mas havia informação nova. Alguns presos, identificados como “fraudadores”, já estavam soltos há dois dias. Veja aqui.
Ficam as perguntas: e os depoimentos colhidos? E os documentos apreendidos? E a soltura dos envolvidos? Como se explica o fato de pessoas acusadas de fraude serem presas numa sexta e no sábado já estarem liberadas, sem que a Justiça conceda habeas corpus? Para prestar depoimento, pessoas precisam ser presas?
Algo estranho está no ar. Sim, porque não se explica a mudança de comportamento nessa ação de um dia para o outro. Uma fonte informou ao BAHIA TODO DIA que uma auxiliar da articulação política do governo estadual teve sua casa revistada pela Operação na sexta (22). Ela é ex-esposa de um dos presos.
Talvez, seja o caso do secretário Eugênio Spengler voltar das férias em que se encontra a partir desta segunda e conceder outra coletiva, da mesma forma como fez na sexta (22), quando convocou a imprensa para dizer que estava desmontando um esquema de fraude na Bahia.
A sociedade baiana espera pelos resultados.
*Com infomação: Bahia Todo Dia
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