Carnaval de Maragogipe é destaque na TV Bahia

O programa Mosaico mostra pequena prévia do Carnaval de Maragogipe - patrimônio imaterial da Bahia - além de shows, cordel, teatro, dança, cinema, fanfarras, fantasias, máscaras e as belezas paisagísticas do município.
O programa Mosaico mostra pequena prévia do Carnaval de Maragogipe - patrimônio imaterial da Bahia - além de shows, cordel, teatro, dança, cinema, fanfarras, fantasias, máscaras e as belezas paisagísticas do município.

O Carnaval de Maragogipe é destaque no programa Mosaico Baiano (TV Bahia) deste sábado, dia 20, às 13h45. A folia momesca ganhou prévia nos dias 5 e 6  de novembro de 2011, quando ocorreu virada cultural na cidade, localizada a 133 km de Salvador na região do Recôncavo Sul.

A festa é considerada Patrimônio Imaterial da Bahia desde 2009, graças às pesquisas do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (IPAC), da Secretaria de Cultura (Secult), que passou a ter tutela sobre essa manifestação popular.

Com mais de 100 anos esse carnaval tem influências européia e afro-brasileira, e ganhou livro com acesso gratuito via download no site http://www.ipac.ba.gov.br. Anualmente em fevereiro, mesmo período da festa em Salvador, centenas de foliões usam fantasias e máscaras típicas do carnaval europeu do século 19, acompanhados por cânticos e instrumentos musicais de matriz afro-brasileira. Essa forma singular e multicultural fez com que antropólogos e historiadores considerassem a festa única.

No Mosaico, além da prévia carnavalesca, serão exibidas 24 horas da virada maragojipana que ocorreu nas praças e ruas da cidade, promovida pelo Concurso Cidade Baiana da Cultura que elege – através de júri de especialistas – cidades com bens culturais para divulgação anual. A equipe do Mosaico foi composta pelas diretoras Luciana Queiroz e Emanuella Yglesias, e a assistente de câmera Andrea Nader (FOTOS).

O concurso tem incentivos fiscais do Faz Cultura/Secult, com Banco do Nordeste e Ambev, apoio da Bahiatursa, secretaria estadual do Turismo e Prefeitura de Maragogipe, além da tutela do IPAC já que a festa é bem cultural. “Promove-se o desenvolvimento social e econômico de municípios através da valorização de bens culturais. Ao darmos visibilidade atraímos parceiros, criamos uma rede e possibilitamos novos horizontes para a região”, explica André Reis, criador e coordenador do concurso.

Nos últimos quatro anos a Bahia se destacou como referência nacional pela salvaguarda de patrimônios imateriais. “O Estado já possibilitou, de 2007 a 2010, reconhecimentos da Festa da Boa Morte, Carnaval de Maragogipe, Festa de Santa Bárbara, Desfile dos Afoxés e o Ofício dos Vaqueiros”, relata o diretor geral do IPAC, Frederico Mendonça.

A distinção de imaterial ou intangível começou a ser utilizada a partir de 1997 pela Organização das Nações Unidas para Educação Ciência e Cultura (Unesco). Modos de fazer, ofícios, celebrações, festas, danças e outras manifestações são exemplos. O bem imaterial abrange tradições que determinado grupo pratica e deseja preservar em respeito à ancestralidade, à importância do ato e com objetivo de resguardá-las.

“Com o registro oficial esses patrimônios passam a ter prioridade nos programas e linhas de financiamento municipais, federais e até internacionais, facilitando a preservação dessas tradições”, diz Mendonça. Mais informações são obtidas no site http://www.ipac.ba.gov.br ou na Gepel/IPAC via telefone (71) 3116-6741. O Programa Mosaico na TV Bahia começa às 13h45 deste sábado (20) logo após o Jornal Hoje da Rede Globo e também é reprisado na TV Salvador.

Maragogipe

Integrando o Recôncavo Sul, Maragogipe tem 450 km², cerca de 44 mil habitantes e é conhecida pela riqueza paisagística e ambiental, com mangues e rios intactos, colinas verdejantes, e a história antiga da colonização portuguesa ainda presente na malha urbana, nas edificações da sede e nas ruínas de antigos engenhos existentes nas colinas verdejantes que circundam a cidade por todos os lados. Maragogipe é conhecida por ter bens culturais relevantes, como edificações do início do século XX e bens culturais intangíveis – ou imateriais – como as tradições afro-brasileiras e indígenas ainda vivas em terreiros de candomblé, nas músicas, culinária local e no rico artesanato em cerâmica, entre outras referências de usos e costumes.

Maragogipe teve ciclos econômicos da cana-de-açúcar, do café, e da industrialização do fumo com a Dannemann e Suerdieck. Hoje, além do atrativo do Carnaval, Maragogipe ganhou as manchetes de grandes veículos de comunicação nacionais por conta do Pólo da Indústria Naval que está sendo implantado no município. São dois grandes estaleiros – um da Petrobras para a construção de plataformas de petróleo marítimas e outra para produção de navios. Maragogipe tem ¾ de seu município revestido de vegetação própria das enchentes e vazantes das marés: seu manguezal, fonte de vida. Da lama dos mangues, surge exuberante fauna marinha e fluvial, composta de siris, caranguejos, mapés, sururus, ostras, sarnambis, frutos-do-mar que fazem a delícia dos restaurantes e bares da capital, e das mesas toscas e humildes da população maragojipana.

Lugares como o mirante do Alto do Cruzeiro, a Lagoa, as margens do Cachoeirinha e Paraguaçu, os trechos de Mata Atlântica, as cachoeiras de Guimarães e do Bule-bule são algumas dos lugares aprazíveis situados nos distritos e zona rural de Maragogipe. É possível chegar ao município por terra ou pelo mar. Para chegar a Maragogipe pode-se ir de ferry-boat ou pela BR-324 (59 km) até o intersecção com a BA-026 que leva à Santo Amaro. De lá, segue-se para Cachoeira por mais 38 km, passando a ponte D. Pedro II – também tombada pelo IPAC – em São Félix, seguindo mais 23 km ao sul, até Maragogipe.

Último paradeiro náutico do Recôncavo Baiano, Maragogipe é banhada pelo Rio Paraguaçu e ainda abriga, no porto do Caijá, dezenas de canoas e saveiros. As antigas embarcações à vela eram muito utilizadas para o transporte das mais diversas mercadorias no interior da Baía de Todos os Santos. Hoje, ainda restam alguns exemplares concorrendo com meios de transporte mais modernos. Há 42 anos a cidade serve de porto para a tradicional Regata Aratu-Maragogipe.


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