Yahoo anuncia mudança de direção após contínuas perdas

Jornal Grande Bahia, compromisso em informar.
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O ex-gigante da internet passou por recentes quedas de faturamento. Também perdeu espaço para o Google e Facebook, hoje grandes detentores de anúncios. Especialistas apontam necessidade de mudança.

Uma nova equipe assumirá a direção do pioneiro da internet Yahoo, após persistente redução do faturamento da empresa. Em 2008, a Microsoft chegou a oferecer 47 bilhões de dólares pelo Yahoo, mas a oferta foi recusada. Hoje, o valor da empresa com ações na bolsa não chega a 20 bilhões de dólares.

Depois da recente saída da chefe da empresa, Carol Bartz, e do cofundador Jerry Yang, o criticado chefe do conselho administrativo, Roy Bostock, e outros três membros da diretoria também anunciaram sua retirada.

“Foi uma honra ser chefe do conselho administrativo do Yahoo”, disse Bostock, ao anunciar nesta terça-feira (07/02/2012) que não se candidataria à reeleição para o cargo que ocupava desde 2008. Ainda está em aberto quem assumirá sua posição. Um dos possíveis nomes é o de Scott Thompson, ex-funcionário da plataforma de comércio online Ebay.

A insatisfação dos acionistas do Yahoo com o desempenho dos chefes da empresa aumentou nos últimos meses, diante da queda do volume de negócios e lucros. Para completar, a empresa, a mais popular do ramo da internet de outrora, perdeu o posto para o Google e o Facebook.

Briga por anunciantes

A explicação para o sucesso dos concorrentes Google e Facebook está no número de visitas a suas páginas. Mais acessos significam mais anunciantes. E o Yahoo, com seus cerca de 700 milhões de usuários, espalhados em mais de 40 países, está bem atrás dos adversários.

Segundo a edição alemã do jornal Financial Times, o negócio de banners publicitários – uma área-chave para o Yahoo – recuou 4% mais uma vez. A nova estrela da indústria publicitária é o Facebook.

A gigante das redes sociais armazena dados pessoais dos clientes constantemente – algo terrível do ponto de vista dos defensores da privacidadade, mas um sonho para os anunciantes. O Yahoo, por sua vez, não tem capacidade de fornecer tal volume de informações.

Empresa conservadora

O consultor de negócios e especialista em internet Thomas Knüwer aponta uma lista de decisões equivocadas tomadas pelo Yahoo – hoje com um rendimento trimestral de 200 milhões de dólares. No início dos anos 2000, por exemplo, o grupo optou por tornar-se uma empresa de entretenimento
“Esse foi certamente um grande erro estratégico. Naquele tempo, a direção da companhia acreditava que a internet se tornaria um meio passivo, assim como a televisão ou o cinema. E o grupo seguiu um caminho nesse sentido”, afirma Knüwer. No entanto, a internet passou a ser uma rede cada vez mais participativa, e, voltar atrás nessa decisão, continua sendo o grande desafio do Yahoo, acredita o especialista.

Alguns especialistas consideram que o Yahoo continue sendo, em termos técnicos, uma empresa Web 1.0. Knüwer classifica o Yahoo como conservador, ressaltando que o grupo ainda não atua nas redes sociais – hoje um grande atrativo para os usuários da internet.

Necessidade de reformas

Knüwer não sabe dizer qual estratégia de sucesso em longo prazo o Yahoo deveria adotar, mas afirma que algo precisa mudar. O modelo a ser seguido poderia estar no mercado de origem do grupo, os Estados Unidos.

Apesar de o volume de negócios também estar diminuindo por lá, o Yahoo continua tendo sucesso com seus serviços de esportes e notícias, ou seja, como uma empresa de mídia tradicional. A companhia também pretende expandir tais campos de atuação na Alemanha, afirma o diretor do Yahoo no país, Heiko Genzlinger. Porém, outras empresas de mídia também querem garantir os direitos desse negócio, incluindo a Vodafone e o Google.

Outro desafio é a Ásia, um mercado altamente competitivo. Especialistas vêem sinais de que o Yahoo possas ser excluído da participação em importantes empresas, principalmente na China. É provável, portanto, que os 14 mil funcionários do grupo pelo mundo passem por mudanças significativas nos próximos anos.

*Com informação : Deutsche Welle


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