Milho hidropônico é alternativa na alimentação animal em períodos de estiagem

Na região de Juazeiro, o milho hidropônico tornou-se fonte de alimento para animais em período de estiagem. Os agricultores familiares dessa região, através das orientações dadas pelos técnicos da EBDA, órgão vinculado à Secretaria da Agricultura, estão utilizando o produto para a obtenção de alimentos volumosos, que ajudam o gado na manutenção de peso e produção de leite.

A Hidroponia é uma prática de cultivo sem uso da terra, porém utilizando substratos e misturas minerais como substituintes do solo. “O cultivo do milho hidroponizado, fornecido para a alimentação dos animais, garante o nível volumoso com 9% de proteínas, necessário para que não haja perda de peso em período de seca, época em que há escassez de forragem no campo”, destacou o técnico da EBDA de Juazeiro, Fernando Moura Duarte.

Duarte afirma que só é necessário utilizar essa técnica em período de estiagem prolongada, pois nos períodos de chuva a forragem é abundante. Ele também explica que para aumentar o nível de proteína e para os animais obterem uma produtividade razoável, é importante fazer a amoniação do material produzido, enriquecendo-o com ureia.

O técnico esclarece que animais que antes estavam perdendo peso, agora estão ganhando e melhorando a produção de leite. “Utilizando essa técnica, quando os animais atingem seis meses de idade, principalmente os ovinos, ficam prontos para o abate”, destacou Duarte, que já participou de dois dias de campo para difundir a técnica.

De acordo com o técnico da EBDA, cada animal consome 1,2 mil quilos de milho hidropônico por dia, ao custo de R$ 0,15. “Um canteiro de seis metros quadrados, com custo total de R$15, produz 116 quilos de forragem hidropônica, acrescido de quatro quilos de farelo de soja ou trigo, totalizando 120 quilos, o suficiente para alimentar aproximadamente 100 cabeças de caprinos ou ovinos por dia”, destacou o técnico.

Instalação de canteiros

O processo de instalação dos canteiros é simples e prático: inicialmente, as sementes são colocadas de molho na água, por 24 horas, para facilitar a germinação. Após a limpeza da área demarcada, forra-se a área com uma lona dupla face, com a parte preta voltada para baixo, e distribui-se o substrato (bagaço de cana hidrolisado, palha de arroz ou feno picotado), até formar uma camada de dez centímetros.

Em seguida, aplica-se a solução nutritiva (250g de supersimples e 450g de calcário calcítrico), espalhando sobre ela, oito quilos de sementes de milho, cobrindo-as com cinco centímetros de substrato. Nesse processo é necessário fazer a adubação foliar composta de macro e micronutrientes quelatizados, depois de sete dias da semeadura, colocando 50 ml em 20 litros de água. Essa adubação deve ser repetida também no décimo dia. Todo o sistema é irrigado desde o primeiro dia, com 40 litros de água, sendo 20 litros pela manhã, e 20 à tarde, suspendendo esta irrigação, três dias antes da colheita.

Com essa técnica, logo após 15 dias, o milho hidropônico já pode ser colhido, enrolado como se fosse um tapete, processado na forrageira, para homogeneiza-lo, e, em seguida, misturado com o farelo de trigo ou soja, ficando, assim, pronto para ser fornecido aos animais.

Além da rápida produção, destacam-se outras vantagens na hidroponia, como a técnica de fonte de alimento animal: pouca área de cultivo, com alta produtividade; isenção do preparo do solo e capinas; redução do ciclo de cultura, e dispensa do uso de agrotóxicos e terras agricultáveis. O engenheiro agrônomo da EBDA, Francisco Afonso de Menezes, destacou que o cultivo contínuo, em qualquer local e condição climática, e o baixo custo de produção também são fatores positivos.


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