
Cotado para suceder o papa Bento XVI, o arcebispo de São Paulo, dom Odilo Pedro Scherer, de 63 anos, celebrou hoje (10/03/2013) concorrida missa na Igreja de Sant’Andrea (Santo André, em português), um dos cartões postais de Roma.
Falando em italiano, alemão e português, dom Odilo não mencionou o fato de ser apontado como um dos cardeais com chances de ser eleito papa, mas demonstrou simpatia e alegria. “Que maravilha. Veio muita gente hoje aqui”, disse ele, ao ver a igreja lotada.
Durante a celebração, o arcebispo homenageou o casal Maria e Carmine Perseguette, de 89 anos. O casal tem três filhos, quatro netos e três bisnetos e comemorou hoje 70 anos de casamento.
Bem-humorado, dom Odilo abençoou os dois e disse: “Há 70 anos eu nem tinha nascido. Que belo, que lindo, que Deus abençoe essa família.”
O casal agradeceu. “Eu estou muito feliz hoje”, disse Maria Perseguette. “Sim. Também estou muito feliz”, ressaltou Carmine Perseguette.
Patrono da Igreja de Sant’Andrea, na qual celebrou a missa, dom Odilo falou na cerimônia sobre a importância da Quaresma e da Páscoa para os católicos. Ele destacou a importância do perdão verdadeiro, não apenas do individual, mas daquele que vem do interior de cada pessoa, além de lembrar que este é o período de busca da conciliação.
“Não basta só o perdão individual, é preciso pensar na humanidade, no perdão interior. É o perdão completo para se restituir a dignidade”, disse dom Odilo, ressaltando que a eleição do papa tem provocado um “grande interesse” pela Igreja Católica Apostólica Romana.
No momento da comunhão, dom Odilo e padres de várias nacionalidades entregaram a hóstia consagrada aos fiéis. Para receber a hóstia das mãos de um possível sucessor de Bento XVI, muitos fiéis enfrentaram uma grande fila.
A missa de dom Odilo foi acompanhada por jornalistas brasileiros e também estrangeiros, entre os quais, muitos italianos, alemães, canadenses, norte-americanos, franceses e espanhóis. Sem reunião preparatória do conclave prevista para hoje (10/03/2013), vários dos 158 cardeais presentes no Vaticano celebraram missas ao longo do dia em distintas igrejas de Roma.
Quase tudo pronto no Vaticano para a escolha do papa
A dois dias do Conclave, a organização da assembleia, que escolherá o papa, está praticamente concluída. Nas áreas próximas à Praça São Pedro, de onde será possível ver a fumaça branca, no caso de eleito o pontífice, e escura, quando não há ainda consenso, estão tomadas por equipes de reportagem de vários países. A chaminé e os fornos (nos quais serão queimados os votos dos cardeais) foram instalados ontem (9).
O Vaticano organizou salas de imprensa e atendimento para os jornalistas. Porém, os sistemas de sorteio epool (quando um veículo é responsável pela transmissão de imagens e informações para os demais) predominam. A equipe de imprensa do Vaticano é eficiente e cuidadosa: em geral, transmite informações em vários idiomas em tempo real.
O conclave está marcado para o dia 12 à tarde quando 115 cardeais, dos quais cinco são brasileiros, estarão isolados do mundo para a eleição do papa. Os cardeais serão revistados antes da assembleia e ficarão reunidos, sem comunicação externa, inclusive telefones celulares, até a escolha do sucessor de Bento XVI.
Amanhã (11) está marcada a última reunião preliminar para o conclave. Os cardeais, eleitores e não eleitores, foram convocados para as 9h30. A reunião deve durar toda a manhã. Os religiosos participam de uma celebração, há espaços para intervenções que, em geral, variam de 15 a 20 pessoas que falam por cerca de 30 minutos.
O tema da reunião não é antecipado, mas nas últimas congregações (reuniões preliminares) predominaram as questões sobre o futuro da Igreja Católica Apostólica Romana e o seu papel no mundo. Mas o perfil do papa eleito e o conclave são os principais temas presentes em todos os debates.
Ao final da reuniões, o porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, concede uma entrevista coletiva, na qual responde a perguntas dos jornalistas e faz um balanço sobre o que foi discutido pelos cardeais.
Segundo domingo sem papa deixa a Praça São Pedro silenciosa e vazia
No segundo domingo sem a presença do papa, a Praça São Pedro, no Vaticano, está vazia e em silêncio. Não há missa na Basília de São Pedro, nem Hora do Angelus (quando são feitas orações recordando o momento em que o anjo Gabriel anunciou a Maria que estava grávida do Cristo). Tradicionalmente, o papa participa da Hora do Angelus e envia mensagens para os fiéis em vários idiomas.
Poucos turistas estão no local, a maioria deles interessada em fotografar verdadeiros cartões postais de Roma, como a Basília de São Pedro, a própria praça e o Coliseu, que fica bem próximo. O Vaticano não marcou para hoje (10) reuniões preparatórias do conclave, deixando o próximo e último encontro para amanhã (11). O conclave (reunião, a portas fechadas, para eleição do papa) será terça-feira (12).
O porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, informou que os cardeais que participaram nos últimos dias das reuniões estavam liberados hoje para celebrar missas. As igrejas ao redor do Vaticano e as dos bairros de Roma celebraram missas ressaltando o período da Quaresma e a necessidade de lembrar os ensinamentos bíblicos.
Em dois dias, começa o conclave. Apesar de a votação de ser apenas na tarde de terça-feira, os 115 cardeais com direito a voto – todos os que têm menos de 80 anos – estarão preparados desde cedo. Cinco deles são brasileiros. No dia, haverá missa, momento de juramento (quando todos se comprometem com o sigilo) e o ritual de deixar o alojamento em direção à basílica.
Às vésperas do conclave, Roma parece ter recebido mais turistas que o habitual, e os preços de alguns serviços foram reajustados. Os estrangeiros que optaram pelo táxi como meio de transporte têm de se preparar para gastar, em média, 20 euros (pouco menos de R$ 30) entre o Vaticano e áreas próximas a ele. A garrafa de água sai por 2,50 euros (cerca de R$ 7) e a diária de um hotel três estrela vai de 100 a 200 euros (cerca de R$ 600) .
Nas ruas, os turistas, na sua maioria, são alemães, franceses e norte-americanos. Apesar de a América Latina ter um elevado número de católicos, eles estão mais presentes entre os religiosos – freiras e padres – que circulam em grande quantidade pelas ruas de Roma e do Vaticano.
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