Um diminuto mais ruidoso número de manifestantes ocupou o centro de Feira de Santana, na manhã de sexta-feira (28/06/2013), com objetivo de protestar contra a precariedade do atual sistema de transporte público. A manifestação acontece dentro de uma conjuntara nacional de eventos, oportunidade em que populares, notadamente jovens, vão às ruas das cidades brasileiras protestar por direitos sociais como transporte, educação, saúde, fim da corrupção e reforma política.
Os manifestantes entregaram uma pauta de reivindicações à membros do Ministério Público de Feira de Santana, percorreram o centro de cidade e se dirigirem ao Paço Municipal, oportunidade em que encontraram, pela segunda vez, as portas fechadas. Mas desta vez, o secretário de comunicação social do município, Valdomiro Silva, foi ao encontro dos manifestantes, em nome do governo, propor um diálogo. Em entrevista ao Jornal Grande Bahia, Valdomiro avalia o momento ao declarar:
“Eu acho o movimento importantíssimo, legítimo e precisa acontecer, como está acontecendo em nível nacional, inclusive, as demandas nacionais, as demandas locais, que são importantíssimas, precisam ser debatidas. O prefeito não acha conveniente um debate desse nível no meio da rua, em meio a centenas de pessoas, porque seria difícil o diálogo até, mas ele se propõe receber os líderes do movimento, os representantes do movimento, aqueles que sejam indicados pelo movimento, para tratar dos temas locais, dos temas que são pertinentes à administração municipal, e me incumbiram de trazer essa proposta para o movimento. Definir uma pauta, e receber a indicação de nomes para uma audiência. Até aqui não havia sido solicitada uma audiência ao prefeito e ainda não foi, o governo é que está se dirigindo ao movimento e propondo uma audiência.”.
Entrevistado pelo JGB, Jhonatas Monteiro é classificado como um dos líderes da manifestação por direitos sociais, e foi candidato a prefeito de Feira de Santana, pelo PSOL, na eleição de 2012. Segundo Monteiro, será definida em reunião a comissão que participará do diálogo com o governo. Sobre o convite formulado pelo governo de José Ronaldo, Monteiro expressa que:
“Um gestor não pode esperar um problema bater a porta dele para se responsabilizar pelo que é problema na cidade. Se há um problema grave em Feira de Santana, este tem sido pautado pelo transporte. Não é problema novo, na verdade já há reclamação disso há muito tempo, a população já sofre com a questão do transporte há muito tempo, inclusive o ano começou com ônibus pegando fogo, com ônibus tendo problemas mecânicos, colocando em risco a vida das pessoas. Então esse problema que é o problema central, que tem sido apresentado pela pauta nas manifestações, não é o único problema, mas é um problema central porque ele é crônico.”.
Quanto ao reduzido número de manifestantes, Monteiro avalia:
“É natural (o reduzido número de participantes) porque a manifestação foi convocada por um período que está entre dois feriados. Essa manifestação de hoje ela foi marcada como um ato de preparação pra uma manifestação maior que estava prevista para o dia 4 de julho, essa sim, com a previsão de maior numero de pessoas, com mais tempo de divulgação.”
O JGB também entrevistou populares sobre as manifestações sociais em Feira de Santana, que expressaram:
Rogério Gutembreg Conceição, 38 anos – “Estou nesse movimento porque eu não aceito mais o Brasil do jeito que está. Faço parte da categoria dos camelôs, do Sindicato dos Camelôs, e a gente tem visto que a corrupção tem sido um mal que tem prejudicado a nossa categoria. Por isso que o sindicato, e eu em particular, estamos aqui participando do movimento, para tentar mudar esse Brasil nosso.”.
Fred Torres, professor da UEFS há 33 anos – “Não me levantei hoje, estou há muito tempo lutando, desde a luta contra a ditadura militar, contra o neoliberalismo e esse é o momento de aumentar a luta para fazer avançar as conquistas do povo brasileiro. O povo brasileiro conquistou muito nos 10 últimos anos, eu acho que tem que aproveitar esse momento pra conquistar muito mais. Ir às ruas para pressionar os grandes empresários, o congresso, o governo, pra empurrar o governo pra frente, não é pra derrubar o governo, do meu ponto de vista, é pra empurrar o governo para frente. A eleição vem aí, o povo decide em quem vai votar, mas é para empurrar o governo pra pressionar esse Congresso, de maioria corrupta, de grandes empresários que não aceitam as reivindicações dos trabalhadores, do povo brasileiro. Então esse é um momento de luta.”.
Confira os áudios das entrevistas
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Confia cenas da manifestação
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