Ex-dirigente da Camargo Corrêa diz que PT recebeu propinas pagas a Renato Duque

apontou o PT como beneficiário do pagamento de propina à diretoria de Serviços da Petrobras, na época ocupada por Renato Duque.
apontou o PT como beneficiário do pagamento de propina à diretoria de Serviços da Petrobras, na época ocupada por Renato Duque.
apontou o PT como beneficiário do pagamento de propina à diretoria de Serviços da Petrobras, na época ocupada por Renato Duque.
apontou o PT como beneficiário do pagamento de propina à diretoria de Serviços da Petrobras, na época ocupada por Renato Duque.

O executivo Eduardo Hermelino Leite, ex-vice-presidente da construtora Camargo Côrrea, apontou o PT como beneficiário do pagamento de propina à diretoria de Serviços da Petrobras, na época ocupada por Renato Duque. A afirmação foi feita durante CPI da Petrobras, ocorrida hoje (26/05/2015).

Ao ser questionado pelo deputado Efraim Filho (DEM-PB), Leite apontou três ocasiões em que o PT foi o beneficiário final do pagamento. A primeira foi uma reunião na casa do lobista Júlio Camargo, apontado por ele como operador do PT, ligado a Duque. “Eu estava lá, assim como Pedro Barusco [ex-gerente de Tecnologia da Petrobras], que listou os débitos [em propina] da Camargo e disse que tinham que prestar contas disso ao PT”, disse Leite.

O executivo contou ainda que Renato Duque cobrou propinas atrasadas da Camargo Corrêa mesmo depois de ter deixado o cargo de diretor da Petrobras. “Ele me procurou depois de sair da diretoria para pedir que o pagamento atrasado fosse feito para uma empresa de consultoria que ele havia acabado de abrir”, disse. “Mas ele disse que o pagamento era para o PT?”, perguntou Efraim. “Isso sempre foi conversado”.

Mais cedo, ele disse à CPI da Petrobras que o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto pediu a ele que os débitos da Camargo Corrêa fossem quitados por meio de doações oficiais eleitorais ao PT.

Segundo Leite, a Camargo Corrêa atrasava constantemente os pagamentos de propina – em razão dos altos valores envolvidos.

O executivo disse, porém, que o único político que conheceu no período foi o ex-deputado José Janene, morto em 2010 e apontado como operador do PP.

Propina não se limitava a funcionários de alto escalão, diz ex-dirigente da Camargo Corrêa

O executivo Eduardo Hermelino Leite, ex-vice-presidente da construtora Camargo Côrrea, disse à CPI da Petrobras que o esquema de corrupção na estatal não se limitava ao envolvimento de diretores e funcionários de alto nível da empresa. Ele confirmou que outros funcionários, de nível mais baixo na hierarquia, também participavam do esquema.

Ele não quis entrar em detalhes a respeito disso porque estes fatos ainda estão sendo investigados sob sigilo e fazem parte do conteúdo de sua delação premiada sobre o qual nada pode revelar, por determinação judicial.

O deputado Aluisio Mendes (PSDC-MA) leu trecho de um dos 23 depoimentos de Leite à Justiça. “O senhor disse que a carta convite que a Petrobras usava para selecionar as empresas vencedoras para cada obra era cancelada se a vencedora não era a empresa apontada pelo cartel. Esse esquema não podia funcionar só com a participação dos diretores. Alguém de baixo tinha que participar. Estou correto?”, perguntou o deputado.

“Está correto, mas não posso entrar em detalhes”, respondeu Leite.

Segundo o depoimento dele à Justiça, isso aconteceu na escolha das empresas que seriam contratadas para construir a Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco.

Petrobras continua a pagar sobrepreço, afirma ex-dirigente da Camargo Corrêa

O executivo Eduardo Hermelino Leite disse que a Petrobras continua a pagar sobrepreço relativo ao valor de propina nos contratos feitos com as empresas acusadas de formação de cartel. Leite, que é ex-vice-presidente da construtora Camargo Côrrea, fez essa afirmação ao responder pergunta do deputado Altineu Cortes (PR-RJ), um dos sub-relatores da CPI da Petrobras.

Mais cedo, Leite havia dito à CPI que os valores relativos ao pagamento de propina eram de 2% sobre os valores dos contratos e que esse percentual era acrescido nas propostas da Camargo Corrêa à Petrobras.

Desses 2%, metade era destinada à diretoria de Abastecimento, ocupada por Paulo Roberto Costa, e a outra metade para a diretoria de Serviços, ocupada por Renato Duque.

O deputado Altineu Cortes quis saber se a Camargo Corrêa fez o desconto desses 2% nos valores dos contratos depois de deixar de pagar a propina, em decorrência da Operação Lava Jato. “Não”, respondeu o executivo. “Então a Petrobras continuou a pagar o sobrepreço mesmo depois que cessou o pagamento de propina?”, perguntou o deputado. “Acredito que sim. Acho que isso tudo continua existindo porque tinha como fundamento maus projetos. O conjunto dessa obra continua existindo lá”, disse Leite.

*Com informações da Agência Câmara.


Discover more from Jornal Grande Bahia (JGB)

Subscribe to get the latest posts sent to your email.

Facebook
Threads
WhatsApp
Twitter
LinkedIn

Deixe um comentário

Discover more from Jornal Grande Bahia (JGB)

Subscribe now to keep reading and get access to the full archive.

Continue reading

Privacidade e Cookies: O Jornal Grande Bahia usa cookies. Ao continuar a usar este site, você concorda com o uso deles. Para saber mais, inclusive sobre como controlar os cookies, consulte: Política de Cookies.