

Na segunda-feira (20/07/2015), 85 representantes de sindicatos participaram da assembleia para eleição da diretoria da Federação da Agricultura do Estado da Bahia (FAEB), triênio 2015 – 2018. O atual presidente da entidade, João Martins da Silva Júnior (Chapa 1), concorreu pela continuidade da gestão; como alternativa à continuidade, Wilson Paes Cardoso concorreu através da Chapa 2 – Renovar para Avançar. Ao fim da apuração, com 67 votos favoráveis, venceu a continuidade. O processo eletivo transcorreu na sede da entidade, em Salvador. 86 sindicatos estavam aptos a votar, ocorreu a ausência de um representante, e dois representantes sindicais optaram por anular o voto.
Sonho persiste
Ao fim do processo eletivo e decretado resultado, com a finalidade de fortalecer a agricultura baiana, Wilson Cardoso falou em reconciliação e na persistência de reconstrução da entidade. Ele também entendeu como sinal positivo, de desejo de mudança, os 16 votos recebidos.
Transparência
Ao analisar a eleição, Wilson Cardoso declarou que persiste o desejo em reconstruir a entidade, e que um dos caminhos é o reingresso dos sindicatos desfiliados. Ele acredita, também, que deve atuar para promover a transparência da gestão do sistema FAEB/SENAR. Nesse sentido, informou que foi protocolado, no dia 14 de julho, requerimentos de acesso a contabilidade das gestões da Faeb e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Bahia (SENAR – Bahia), com a finalidade de apreciar a prestação de contas das gestões de João Martins, e informar aos demais associados como os recursos da entidade são empregados.
Fatores decisivos
No processo eletivo de 2015, 69 votaram pela continuidade. Mas o que os motivou? A falta de uma assembleia que reunisse as chapas concorrentes em debate é identificado como um dos fatores. Contribuiu, também, o exíguo espaço de tempo, menos de 45 dias, para que ocorresse a eleição de uma entidade estadual, em um estado que é do tamanho de um país, a exemplo da Alemanha, ou seja, é pouco tempo para percorrer o estado e apresentar propostas de uma nova gestão. Outro elemento identificado, é relacionado com o fato da entidade ser comanda pelo mesmo grupo por 15 anos, o que permite a instrumentalização da Faeb com objetivo de perpetuar a manutenção da liderança pelo mesmo grupo político.
Análise
Acompanhando o processo eletivo da Faeb, em decorrência do esvaziamento institucional que a entidade atravessa, o Jornal Grande Bahia antevia uma vitória eleitoral da Chapa 1.
Observa-se que durante o transcurso da presidência de João Marins a entidade detinha 158 sindicatos filiados e regulares, e que atualmente restam apenas 86.
As entidades sindicais, lideradas por pessoas que questionavam a presidência de João Martins, desestimuladas pela falta de debate, transparência e, por fim, da negação do conceito de democracia, foram paulatinamente deixando de participar dos debates e da atividade política da Faeb.
A análise é decorrente de depoimentos colhidos no transcurso do processo eletivo, e da observação do crescimento econômico do agronegócio baiano, e o subsequente declínio da representatividade sindical na Faeb. Existe um descompasso entre crescimento da atividade e perda de representatividade. Esse descompasso é decorrente da baixa qualidade na representação política da entidade.
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