Mudança de marca requer atenção e muito cuidado

Sementes ipiranga.
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Sementes ipiranga.

Profissionais da área do design dão dicas importantes para que a empresa que deseja reformular a identidade visual. No último dia 1º de setembro de 2015, o Google anunciou ao mundo uma reformulação na identidade visual de algumas ações relacionadas aos serviços prestados. A mudança aconteceu com o objetivo de mostrar a quantidade de plataformas em que a companhia está presente. Com novas cores e fontes mais simples, a marca Google simboliza a segunda mudança em menos de dois anos.

É muito comum que as empresas busquem mudanças na identidade visual, seja porque está ultrapassada ou não possui o efeito desejado. O fato é que para a criação de uma nova marca são necessários cuidados e muito estudo aprofundado. Afinal, a identidade forte é um dos fatores responsáveis pelo sucesso de uma marca.

De acordo com o designer Lucas Saad, fundador e proprietário do estúdio Saad Brading+Desgin, para criar uma marca primeiramente é necessário considerar o contexto onde ela se encontra. “As necessidades não atendidas e o perfil do público-alvo, o cenário de mercado e suas tendências, conhecer a fundo os concorrentes (seus pontos fortes de fracos) e, por último, o que faz parte da essência da empresa e suas demais características são pontos essenciais”, diz.

A partir do cruzamento destes dados será possível traçar as diretrizes estratégicas que irão conduzir todas as decisões e manifestações da marca, indo desde a remodelagem do negócio, gestão, definição do portfólio de produtos e serviços, produção e pessoas até a criação de novos produtos e comunicação, preparando-a para o futuro. “Marca não é só um logotipo ou o nome de um produto. Além dos atributos funcionais, devemos pensar nos atributos emocionais que a marca deve trazer. Um produto pode ser copiado pelo seu concorrente, mas a marca é única”, explica Saad.

Já em casos de mudança de identidade, Saad explica que o ideal é que a marca esteja sempre observando as mudanças e tendências do mercado, além dos hábitos de compra do público e novas tecnologias. “Se as marcas quiserem estar preparadas para sobreviverem no futuro, devem abraçar as mudanças, devem reagir rapidamente, serem flexíveis e adaptáveis. Um bom exemplo são empresas como o Airbnb, Uber e Netflix, que estão mudando completamente a antiga forma de se fazer negócios em seus ramos de atuação”, pontua.

Além disso, outros momentos nos quais as empresas costumam considerar mudanças nas marcas encontram-se na criação de novos negócios, reposicionamento de mercado, identificação e criação de novas oportunidades, lançamento de novos produtos e serviços, alinhamento interno, entre outros. “A essência da empresa deve estar sempre presente, porém a linha estratégica pode mudar de acordo com as variáveis faladas anteriormente. Já em relação a identidade visual e verbal, não precisa necessariamente haver uma conexão com a marca antiga. A estratégia de branding deve ser a base para a tomada das decisões em relação à marca”, detalha.

Outro ponto é o fato de algumas marcas não se adaptarem à dinâmica da contemporaneidade, ou seja, marcas que não são flexíveis (não se adaptam aos diferentes perfis de clientes, as diferentes plataformas, veículos e pontos de contato) e que não dialogam com seus públicos. Marcas que não são transparentes, que possuem uma desconexão entre sua promessa (discurso) e a entrega (prática) – seja na cadeia produtiva, na relação com seus colaboradores, na comunicação – também estão entre alguns dos erros encontrados em marcas.

O caso da Sementes Ipiranga

Um dos cases do estúdio Saad Branding+Design foi desenvolvido para a Sementes Ipiranga, uma empresa do agrobusiness da região Centro-Oeste do Brasil. Em apenas dois anos desde o início do projeto de branding, a empresa teve um aumento de 84% em sua produtividade e um crescimento de 45% na lucratividade, se tornando em um curto espaço de tempo referência em qualidade de sementes no Mato Grosso, o principal estado produtor de soja do país.

O projeto também foi reconhecido tanto nacional quanto internacionalmente, tendo ganhado prata no Idea Brasil 2013 e também sendo premiado com o iF Design Awards 2014 na Alemanha, uma das maiores premiações mundiais da área (dentre os dez projetos premiados em todo o mundo na categoria Crossmedia – Corporate Identity, o projeto foi o único desenvolvido fora do continente europeu).

Design e valorização da empresa

Muitas pessoas ainda acham que o design está relacionado somente à parte estética do produto, porém a sua inserção é muito mais ampla e deveria estar presente na estratégia da empresa. Para um projeto adequado, deve-se dedicar uma atenção especial na gestão correta da marca, além do alinhamento da estratégia e aplicação na parte executiva da empresa.

Para a diretora do Centro Brasil Design (CBD), Ana Brum, o design surge como resolução de problemas, desde o desenvolvimento de novos produtos e a experiência no seu uso, passando pelos serviços e a comunicação da marca com seus clientes. “Assim, antes de comunicar precisamos saber exatamente o que comunicar, para quem e como comunicar e para isso, o CBD atua junto com o empresário na identificação de uma oportunidade que seja estratégica para o negócio”, explica.

A importância do design se torna cada vez mais evidente quando o sucesso da marca é atribuído à reputação da empresa. Alguns empresários desconhecem a importância e o impacto que uma marca pode ter em um projeto. “O design é totalmente responsável por criar a identificação visual com o público e é capaz de gerar vínculos emocionais com ele. Para que a marca se consolide de forma positiva no mercado é necessário apostar em uma construção bem estruturada com muito estudo e planejamento”, finaliza Ana.


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