O rebaixamento do Brasil | Por Janguiê Diniz

Janguiê Diniz é Mestre e Doutor em Direito.
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A grande maioria dos brasileiros ouviu falar que o Brasil foi rebaixado pela agência de classificação de riscos Standard & Poor’s. No entanto, poucos entenderam o que isto representa. O rebaixamento significa a retirada do selo de bom pagador do país, ou seja, deixamos de ser considerados como um país seguro para investimentos.

O rating é uma forma de medir o risco de investir e quando esta nota cai, indica que os investidores vão exigir remuneração proporcionalmente maior para aplicar seus recursos em determinado país. Em um português claro, isso significa que o Brasil corre o risco de dar um calote nos seus investidores e por isso precisa pagar uma taxa de juros mais alta para continuar pegando dinheiro emprestado de seus credores.

As justificativas para cortar e negativar a nota do Brasil, foram “os desafios políticos” que continuam crescendo, e a “menor convicção” do governo brasileiro em relação à política fiscal. O Brasil gasta mais do que arrecada e só fecha a conta com a ajuda de empréstimos.

Como consequência, as empresas brasileiras terão dificuldade na captação de dinheiro. Já os consumidores passarão a pagar mais caro por produtos ou empréstimos. A população sentirá uma piora na restrição ao crédito, que foi ampliado durante anos, e poderão ver, claramente, o aumento da inflação e a alta do desemprego.

Existe um culpado? Não, existem vários culpados. Há uma grande crise política que impede o Brasil de ir adiante e melhorar sua economia. O momento vivido pelo governo é de extrema impopularidade, inclusive com a falta de colaboração dos próprios políticos. Ou seja, há dificuldades em aprovar políticas de ajustes  que o Governo julga como necessárias.

Não podemos julgar que um impeachment ou renúncia de Dilma Rousseff seja a solução do problema. É certo que seu governo anterior, e até o do ex-presidente Lula, não adotou as reformas estruturais necessárias manter o equilíbrio da economia e que a presidente, atualmente, não tem força política para adotar a redução de gastos necessária.

Supondo uma saída de Dilma, existem duas possibilidades: o cenário político se acalma e políticos passam a apoiar um novo governo, concordando em fazer os ajustes  fiscais necessários ou continuaremos com um Congresso dividido para adotar as reformas necessárias e que estão estagnadas há anos.

Temos que acreditar que o Brasil não está falido. Esta não é uma crise razoável e nem de fácil solução. Ainda passaremos algum tempo em recessão e precisamos nos organizar internamente. As reformas política, econômica, tributária são necessárias e já passou da hora de começarmos a executá-las. Precisamos trabalhar e cobrar os políticos que foram eleitos que trabalhem junto com o povo  para recuperamos nossa credibilidade. Apenas assim retomaremos o desenvolvimento.

*Por Janguiê Diniz é Mestre e Doutor em Direito.


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