Indicadores ABRAINC-Fipe mostram que números do mercado imobiliário seguem em queda, reflexo da crise econômica

Vista aérea de Salvador. (Foto: Carlos Augusto | Jornal Grande Bahia)
Vista aérea de Salvador. (Foto: Carlos Augusto | Jornal Grande Bahia)
Vista aérea de Salvador. (Foto: Carlos Augusto | Jornal Grande Bahia)
Vista aérea de Salvador. (Foto: Carlos Augusto | Jornal Grande Bahia)

Os Indicadores ABRAINC-Fipe, que trazem dados nacionais do mercado imobiliário, registraram o lançamento de 19.390 unidades no período de novembro de 2015 a janeiro de 2016, um recuo de 14,8% face ao mesmo período do ano anterior. Considerando o acumulado de 2016 (janeiro), os lançamentos totalizaram 1.697 unidades, volume 4,3% superior ao observado no primeiro mês de 2015.

As vendas somaram 24.293 unidades, uma queda de 16,6% na comparação com as vendas do mesmo trimestre no ano anterior. Esse patamar representa também diminuição de 21,8% frente ao que foi vendido no mesmo período de 2015.

Entre novembro de 2015 e janeiro 2016 foram entregues 27.869 unidades, recuo de 39,2% frente ao número de unidades entregues no mesmo período do ano anterior. No que se refere ao acumulado do mês de janeiro, as entregas somaram 7.366 unidades e tiveram recuo de 25,2% ao observado na mesma base de 2015.

Renato Ventura, vice-presidente executivo da ABRAINC, afirma que o acréscimo no número de unidades lançadas se concentra mais no segmento de moradias de baixa renda. “Ainda assim, todo o estudo mostra um cenário em que a instabilidade política tem atrapalhado muito o país, e como consequência, o mercado imobiliário, que necessita da confiança das pessoas na economia para tomar a decisão de compra”, afirma ele.

Os dados das 19 empresas participantes do estudo mostram também que o mercado disponibilizou 111.674 unidades para compra ao final de janeiro. No trimestre compreendido entre novembro/15 e janeiro/16 foi vendido o equivalente a 19,3% da oferta do período, percentual que representa uma queda de 3,5 pontos percentuais face ao observado no trimestre encerrado em janeiro de 2015.  Com isso, estima-se que a oferta atual se esgotaria em cerca de 15,5 meses.

Distratos

O indicador de distratos revela que, no acumulado de 2016 (janeiro), o total de unidades distratadas foi de 2.804, número 26% inferior aos distratos observados em janeiro/2015. Já, entre novembro/15 e janeiro/16, foram distratadas 11.854 unidades, um aumento de 6,9% frente ao número absoluto de distratos no mesmo trimestre do ano anterior.

Se considerados os distratos como proporção das vendas por safra de lançamento, a taxa de distratos das unidades vendidas no primeiro trimestre de 2014 apresenta o índice mais elevado da série histórica: 15,7%.

 “Quando os números de distratos de imóveis são comparados por safra, podemos fazer um acompanhamento desse indicador de forma mais consistente, já que o setor imobiliário é cíclico”, explica o vice-presidente executivo da ABRAINC.

Renato Ventura ressalta que o acréscimo de distratos, referente ao trimestre deste estudo comparado ao do período anterior, é explicado pela conjuntura desafiadora de nossa economia, a qual difere da anterior quando da aquisição do imóvel na planta foi efetuada. “No entanto, analisamos também queda no montante por safra, no comparativo de um ano ao outro, o que afirma a tendência de queda no número absoluto. A nova geração de compras enfrenta outro cenário”.

Região Nordeste

No trimestre terminado em janeiro de 2016, foram lançadas na Região Nordeste 3.900 unidades, o que representa participação de 20,3% em relação ao mercado nacional. Já em relação às vendas, a região representou 12,7%, finalizando o período em referência com três mil unidades vendidas.

Os dados do Nordeste mostram também que 4.200 unidades de imóveis novos foram entregues, com participação de 15,1%. Entre novembro, dezembro/15 e janeiro/16, a oferta final da região era de 17.100 imóveis, sendo a representatividade de 15,6%.

O estudo

Os Indicadores ABRAINC-Fipe são elaborados pela Fipe com informações de empresas ABRAINC que atuam em todo o país. O estudo, lançado em agosto, vem sendo construído pela Fipe desde janeiro de 2014, é o primeiro conjunto de indicadores do setor imobiliário obtidos nacionalmente.

Para a composição dos Indicadores são consideradas informações sobre lançamentos, vendas, entregas, oferta final, distratos e inadimplência do mercado primário de imóveis residenciais e comerciais. Divulgados mensalmente, os números são referentes ao último trimestre consolidado (novembro e dezembro/15 a janeiro/16).

Os dados que compõem os Indicadores são fornecidos à Fipe mensalmente pelas empresas associadas à Abrainc. Após compilar os dados, é feita cuidadosa verificação para garantir a consistência das informações e, se for o caso, as empresas são contatadas para eventuais ajustes ou validação. Em seguida, com os dados validados, os Indicadores Abrainc-Fipe são calculados e, posteriormente, disponibilizados.

Sobre a ABRAINC

A ABRAINC foi constituída em 2013 com o objetivo de levar mais eficiência à gestão, qualificar e aprimorar o processo da incorporação imobiliária. Atualmente a ABRAINC reúne 26 companhias de capital aberto e/ou com presença nacional. Seu objetivo é representar essas empresas, fortalecendo o setor e contribuindo para o desenvolvimento sustentável do país e de suas cidades. A associação atua em defesa da responsabilidade socioambiental, da ética, da integridade e das conformidades técnica, fiscal e urbanística.

Entre os principais temas em debate atualmente na associação estão as questões referentes aos processos de incorporação, ao impacto dos empreendimentos nas cidades, à burocracia nas diversas fases do negócio, à produtividade do setor e à ampliação do crédito e do financiamento.

Fazem parte da ABRAINC as empresas Brookfield, Canopus, Cury, Cyrela, Direcional, Emccamp, Esser, Even, EZtec, Gafisa, Helbor, HM, JHSF, MRV, Odebrecht Realizações, Patrimar, PDG, Plano & Plano, Rodobens, Rossi, Setin, Tecnisa, Tenda, Trisul,  Viver e Yuny.


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