
Como numa vitória em final de copa do mundo, os manifestantes contra o governo federal comemoraram a aprovação do pedido de abertura de impeachment da presidenta Dilma Rousseff, na noite deste domingo (17/04/2016), em Salvador. Reunidos na praia do Jardim de Alah, os participantes do ato tiveram que deixar o gramado e os telões ao ar livre por conta da chuva que caiu desde o início da votação. Ainda na orla, os defensores do impeachment se espalharam em quatro bares que transmitiam, ao vivo, a votação na Câmara dos Deputados, em televisores.
Quando faltavam dois votos para a aprovação do processo, os espectadores, vestidos de verde e amarelo, cantaram o Hino Nacional e proferiam frases como “o PT acabou” e “não vai ter golpe, vai ter impeachment”.
O líder do Movimento Brasil Livre na Bahia, Siqueira Júnior, comemorou o resultado em outro local e se disse otimista com a votação no Senado, para onde segue a decisão sobre o mandato de Dilma. “A votação foi um pouco mais apertada do que imaginávamos, mas ocorreu tudo conforme nossa expectativa e conseguimos a aprovação desse pedido. A perspectiva para o Senado é a melhor possível, acreditamos que, com essa derrota na câmara, o senado vai acatar as vozes das ruas, as manifestações do dia 13 de março e as festas que acontecem hoje, em todo o Brasil, que é uma data histórica”.
O microempresário baiano Roberto Macedo se emocionou quando a oposição conseguiu os 342 votos favoráveis ao processo. “Eu votei em Lula e no PT e me arrependo disso. O Brasil é rico e eles estão acabando com a ética e a moral do nosso país. A expectativa no Senado não é das melhores, porque a gente sabe que eles [senadores] estão com o PT”, disse chorando.
Após o resultado pela continuidade do processo, os manifestantes saíram às ruas da orla comemorando. Carros passavam buzinando, enquanto organizadores soltavam fogos de artifício à beira da praia.
Mobilizações contra impeachment
No Farol da Barra, os manifestantes contrários ao impeachment lamentaram o resultado e afirmaram que “o golpe foi dado na democracia”. Para a integrante da Frente Brasil Popular na Bahia Júlia Garcia, o resultado não surpreendeu e a expectativa para o Senado também não é animadora. “A gente teve que se preparar para essa situação, mas acreditamos na mobilização como forma de barrar o golpe, que está em andamento e o povo vai pra rua. Para o senado, as contas nos mostram que pode ser aprovado [o processo], mas faremos pressão nas ruas para que isso não passe adiante, apesar de ser uma instituição bem conservadora”, declarou Júlia Garcia.
As frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo divulgaram, em nota, que não aceitarão “o golpe”. Além disso declararam: “a nossa luta continuará com paralisações, atos, ocupações já nas próximas semanas e a realização de uma grande Assembleia Nacional da Classe Trabalhadora, no próximo 1º de maio”.
Momento difícil
Em nota, o Governador da Bahia, Rui Costa (PT), disse que este “é um momento difícil para o país” e lamentou que uma sessão na Câmara dos Deputados fosse presidida “por alguém como Eduardo Cunha, numa trama orquestrada ao lado do vice-presidente [da República] Michel Temer”. Segundo o governador, apesar do resultado da votação, o país não pode parar para as disputas políticas.
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