“Estamos escolhendo o futuro e não o caos”, diz Marta Suplicy no Senado

Marta Teresa Smith de Vasconcellos Suplicy.
Marta Teresa Smith de Vasconcellos Suplicy.
Senadora Marta Suplicy: “Dilma Rousseff não apenas vai ser afastada, como não voltará mais. Será afastada definitivamente, não tenho dúvida nenhuma. Ela perdeu as condições de governar este país e não há ninguém que acredite [que ela ficará na presidência], nem mesmo seus defensores”.
Senadora Marta Suplicy: “Dilma Rousseff não apenas vai ser afastada, como não voltará mais. Será afastada definitivamente, não tenho dúvida nenhuma. Ela perdeu as condições de governar este país e não há ninguém que acredite [que ela ficará na presidência], nem mesmo seus defensores”.

Quarta inscrita para falar na sessão do Senado que analisa a admissibilidade do pedido de impeachment de Dilma Rousseff, a ex-petista Marta Suplicy (PMDB-SP) disse estar convencida de que há indícios suficientes de que a presidenta cometeu crime de responsabilidade. “Tão grave quanto o afastamento é a situação do povo”, disse ao afirmar que a situação atual é resultado de uma gestão que comprometeu as finanças públicas.

A senadora acrescentou que a crise grave e profunda é inegável e ressaltou que cresce na população uma esperança de virar esta página da histório do país. Marta Suplicy admitiu que uma nova fase não será fácil, mas contará com a união de todos. “Estamos escolhendo a esperança e não o caos”, afirmou destacando que só no estado de São Paulo o índice de desemprego beira os 18%. Para Marta, o Brasil está diante da possibilidade de reverter as expectativas, mas para isso será necessária a repactuação das forças políticas para reformas com vistas a uma nova política econômica.

Marta entregou sua carta de desfiliação do PT no final de abril do ano passado afirmando ter sido “isolada” pela direção do partido e alegando que não ter como conviver com os escândalos de corrupção envolvendo o partido. A senadora ocupou o comando do Ministério da Cultura, entre setembro de 2012 e novembro de 2014, na gestão de Dilma, e foi ministra do Turismo no governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Ela foi prefeita de São Paulo pelo PT, de 2000 a 2004.

Marta foi precedida na tribuna por Aloysio Nunes (PSDB-SP), vice-presidente na chapa de Aécio Neves (MG) nas últimas eleições, quando Dilma foi reeleita. O tucano classificou os argumentos de golpe, defendidos por governistas, de “farsa” e afirmou que o processo contra Dilma é irreversível. “Dilma Rousseff não apenas vai ser afastada, como não voltará mais. Será afastada definitivamente, não tenho dúvida nenhuma. Ela perdeu as condições de governar este país e não há ninguém que acredite [que ela ficará na presidência], nem mesmo seus defensores”, afirmou.

Nunes disse ainda que os movimentos nas ruas reforçam este sentimento e a sociedade “reveste-se hoje de uma face inédita, autônoma e livre, que não obedece a tutela de movimentos sociais dirigidos por pessoas eleitas, sabe-se lá como, para viver sem trabalhar. A sociedade brasileira cobrou e não vai voltar à passividade de antes”, disse.

O tucano ainda rebateu a fala de governistas que compararam o processo ao golpe do ex-presidente Getúlio Vargas e disse que Vargas jamais recorreria ao que chamou de “manobra ridícula” adotada na “15ª hora” do andamento do processo, ao citar a decisão do presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão, que anulou as sessões da Casa que aprovaram o impeachment e, dez horas depois, revogou a decisão.

Maranhão adotou a primeira medida depois de conversar com o advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, o que levou a oposição a creditar ao governo a autoria da decisão.

Para Nunes, o parecer de Antonio Anastasia, que defende a continuidade do processo contra a petista, traz comprovações suficientes para o impeachment. Segundo ele, as consequências dos crimes de responsabilidade praticados pelo governo da petista “podem ser vistas por todos que percorrem as ruas: lojas fechados, empregos se esvaindo”, completou.

“O diabo mora nos detalhes e é exatamente por isto que a presidente Dilma vai cair. São insignificantes diante dos demais [que ela teria praticado]”, disse outro tucano, o senador Ataídes Oliveira (GO). Ataídes foi o último a falar na primeira etapa da sessão do Senado que pode resultar no afastamento da presidenta, por 180 dias.

A votação foi aberta com uma hora de atraso e apenas cinco dos 68 senadores inscritos para falar por 15 minutos se manifestaram. O presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), anunciou a suspensão da sessão às 12h30 pelo período de uma hora, até as 13h30, quando seguirá até as 18h.

A expectativa é de que sejam mais de 17 horas de sessão, dividida em três blocos, sendo o último retomado as 19h que seguirá até o termino da votação.


Discover more from Jornal Grande Bahia (JGB)

Subscribe to get the latest posts sent to your email.

Facebook
Threads
WhatsApp
Twitter
LinkedIn

Deixe um comentário

Discover more from Jornal Grande Bahia (JGB)

Subscribe now to keep reading and get access to the full archive.

Continue reading

Privacidade e Cookies: O Jornal Grande Bahia usa cookies. Ao continuar a usar este site, você concorda com o uso deles. Para saber mais, inclusive sobre como controlar os cookies, consulte: Política de Cookies.