Tensão em reunião do Parlasul diminui após retirada de nota sobre impeachment

Sessão do Parlamento do Mercosul (PARLASUL).
Sessão do Parlamento do Mercosul (PARLASUL).
Sessão do Parlamento do Mercosul (PARLASUL).
Sessão do Parlamento do Mercosul (PARLASUL).

O Parlamento do Mercosul (Parlasul) retirou na terça-feira (26/04/2016) de seu site nota assinada pelo parlamentar argentino e presidente do colegiado, Jorge Taiana, sobre o processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff. A retirada do texto acalmou os ânimos de parte da representação brasileira no Parlasul que, ontem (25), abandonou um evento em comemoração dos 25 anos do Mercosul, em Montevidéu, no Uruguai.

A publicação que revoltou parlamentares brasileiros diz que o processo que tramita contra Dilma no Senado “é um golpe parlamentar e uma utilização forçada da lei do impeachment”.

O deputado Arthur Maia (PPS-BA) questionou a autoridade do presidente do Parlasul para publicar a nota em nome do colegiado. “O senhor não tem direito de fazer manifestações pessoais em nome da instituição. Sua declaração foi leviana”, disse Maia a Taiana em discurso. Segundo Maia, a nota dava a entender que a posição contrária ao impeachment era do Parlasul e não opinião pessoal do argentino.

Maia disse que pediu a Taiana que retirasse a nota do site, porque o texto “humilhou” os parlamentares brasileiros que defendem o afastamento constitucional da presidenta. “O senhor pode declarar, como parlamentar, suas opiniões, mas não pode fazer isso usando o Parlasul”, criticou o deputado baiano.

Fundão

A publicação da nota não foi o único motivo que levou parte dos parlamentares brasileiros a se retirar da reunião. Segundo Maia, os congressistas também se incomodaram com os lugares reservados para a delegação brasileira, no fundo do local onde ocorreu o evento. “A designação dos lugares [últimas cadeiras] foi uma consequência do que Taiana disse no documento publicado no domingo. Foi uma retaliação para humilhar a delegação brasileira”, disse.

O evento, que faz parte das comemorações dos 25 anos do Mercosul, terminou hoje. O deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) foi um dos parlamentares que permaneceram na reunião de ontem por discordar da atitude da delegação brasileira. A assessoria do deputado disse à Agência Brasil que o Wyllys considerou a atitude dos colegas um gesto arrogante. “Um setor político saiu alegando que se sentia ofendido porque tinha sido colocado em uma fileira no fundo da sala. A imagem que a delegação brasileira passou muito ruim, arrogante.”

Segundo assessores de Wyllys, o presidente do Uruguai, Tabaré Vasquez, chegou a se sentar próximo da delegação brasileira para mostrar que não havia motivos para a “rebelião” dos deputados. “Em um gesto de humildade ele foi lá tentar convencê-los a ficar, mesmo assim eles se levantaram e foram embora e isso foi muito constrangedor. O deputado Jean disse que viu o ato como um gesto de arrogância e resolveu ficar, pois estava ali para representar o Brasil.”

*Com informação da Agência Brasil.


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