Pandora Filmes e SPcine lança em Salvador documentário ‘Um Casamento’

Mônica Simões: o filme começa com pequenos fragmentos, como o vestido de noiva e os detalhes da festa, e segue crescendo em carga emocional até culminar na parte confessional.
Mônica Simões: o filme começa com pequenos fragmentos, como o vestido de noiva e os detalhes da festa, e segue crescendo em carga emocional até culminar na parte confessional.
Mônica Simões: o filme começa com pequenos fragmentos, como o vestido de noiva e os detalhes da festa, e segue crescendo em carga emocional até culminar na parte confessional.
Mônica Simões: o filme começa com pequenos fragmentos, como o vestido de noiva e os detalhes da festa, e segue crescendo em carga emocional até culminar na parte confessional.

Pandora Filmes e SPcine estreia nos cinemas no dia (18/05/2017) o filme ‘Um Casamento’ de Mônica Simões. O filme é um exemplar do cinema de arquivo e revive casamento de Maria Moniz, musa tropicalista na Bahia dos anos 50. O documentário estreia em Salvador, São Paulo e outras capitais.

O processo é a obra

O filme, fugindo à regra, foi gravado na sequência do roteiro e todas as cenas rodadas uma única vez. Tudo isso no intuito de não interferir na espontaneidade da personagem e da diretora.  Essa naturalidade é captada na tela. Como narrativa, os bastidores muitas vezes assumem o primeiro plano.

“No meu trabalho eu sempre incorporei o processo à obra. Não deixei que ela lesse o roteiro porque não queria que chegasse armada, que racionalizasse as perguntas. O filme começa com pequenos fragmentos, como o vestido de noiva e os detalhes da festa, e segue crescendo em carga emocional até culminar na parte confessional”, afirma. Mônica idealizou o filme há 15 anos, quando pesquisava para o documentário “Uma Cidade” (2000), que conta a história da vida privada de Salvador, por meio de filmes domésticos realizados entre 1920 e 1970.

Aberta a subjetividade

Contemplado pela Fundação Cultural da Bahia via edital, “Um Casamento” foi rodado em Salvador em 2015. A locação, por si só, funciona como um personagem na narrativa. Chamado pela família de Boulevard, a casa esteve presente em todos os momentos da vida da protagonista: foi o local onde nasceu, cresceu e mora até hoje. Onde os três filhos foram criados e onde o casal morou até a separação. “A equipe ficou imersa naquele local durante os dez dias de gravação, parte dela até dormindo lá. A casa se tornou a representação física de todas aquelas lembranças”, compara a diretora.

Historiadora de formação, Mônica Simões sempre dedicou seu trabalho como diretora à etnografia – principalmente a situação do negro – por meio de documentários como “Eu Sou Neguinha” (1988), “Quilombos Urbanos” (1994) e “Negros” (2009). Mas em “Um Casamento”, obra auto-etnográfica, o desafio foi relaxar o olhar crítico de pesquisadora e se deixar aberta à subjetividade.

 “Esse filme explora este fascínio que a imagem exerce sobre mim, através das fotografias e películas com as quais tenho mais intimidade e maior relação afetiva: as do acervo da minha família, território íntimo onde reconheço as pessoas, onde me reconheço”, conclui.

Sinopse

A partir da história do casamento de Maria Moniz – mãe da diretora Mônica Simões – realizado na Bahia dos anos 50, o filme, ‘Um Casamento’ faz pensar sobre os condicionamentos sociais em torno do matrimônio. Exemplar do cinema de arquivo, o longa se constrói através do confronto de memórias e segundo regras pré-estabelecidas pela diretora – que tornam possível a exposição visceral da protagonista. Brasil, 2016. De Mônica Simões. Com Maria Moniz. 80 min.

Sobre a diretora Mônica Simões

Nascida em Salvador (BA), em 1955, Mônica Simões é fotógrafa, videomaker documentarista e artista plástica. Formou-se em História e tem mestrado em artes visuais pela Universidade Federal da Bahia – UFBA, com especialização na Escola Superior de Arte e Mídia de Colônia, Alemanha. Há 35 anos, atua em pesquisa, curadoria, roteiro, direção e criação de projetos na área das artes visuais. Estreou como diretora em 1988, com o vídeo “Eu sou neguinha?”, premiado no Festival Latino-Americano, em São Francisco, (Califórnia, EUA). Também foi premiada pelo média-metragem “Uma Cidade” (2000), vencedor do prêmio de melhor concepção e realização no Festival do Filme Etnográfico (RJ, 2001); e “Negros” (2009), vencedor dos prêmios de melhor pesquisa no Festival do filme de Arquivo (RJ, 2010); melhor concepção e realização no Festival do filme Etnográfico (RJ, 2009). Em 2016, seu primeiro longa-metragem, “Um Casamento”, estreou na 40ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo e no XII Panorama Internacional Coisa de Cinema, na Bahia.


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