Procurador-Geral da República adia votação de resolução que pode afetar Lava Jato

Procurador-geral Rodrigo Janot, atuação apática, falhas em representações e lentidão na proposição de ações judiciais desqualificam trabalho do servidor.
Brasília - O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, durante entrevista coletiva para apresentar os resultados de gestão do primeiro ano de seu segundo mandato. (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Rodrigo Janot mostrou-se perplexo porque o Conselho Superior do MPF discutiu tema com potencial de afetar a Lava Jato.
Rodrigo Janot mostrou-se perplexo porque o Conselho Superior do MPF discutiu tema com potencial de afetar a Lava Jato.

O Conselho Superior do Ministério Público Federal (CSMPF), reunido hoje (24/04/2017) em Brasília, adiou uma decisão que pode afetar os trabalhos da Operação Lava Jato, após o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pedir vista (mais tempo para analisar o caso).

A resolução, discutida na sessão ordinária do CSMPF desta segunda-feira, propõe a limitação em 10% do contingente de procuradores da República de cada unidade do MPF que podem ser cedidos a outras unidades. A proposta também pretende limitar em quatro anos o período de cessão.

Caso aprovada em sua versão original, a resolução tem efeito sobre as forças-tarefa da Lava Jato montadas em Curitiba e também na Procuradoria-Geral da República (PGR), em Brasília, onde são tratados os casos envolvendo parlamentares e ministros, entre outros. Isso porque em ambos os locais grande parte dos procuradores atuantes é proveniente de estados. A proposta é de autoria da subprocuradora-geral da República Raquel Dodge.

Retorno

Em Curitiba, por exemplo, as investigações tiveram início em 2014. Com a aprovação da resolução, procuradores cedidos que atuam desde o início na Lava Jato seriam obrigados a abandonar os casos em que trabalham e retornar a seus locais de origem já no próximo ano.

Durante a sessão de hoje, Janot se disse “perplexo” que o CSMPF estivesse discutindo um tema com potencial de afetar a Lava Jato, operação que necessita de grande contingente de procuradores especializados. A matéria deve voltar a ser debatida daqui a duas semanas.

Após a manifestação do procurador-geral da República, a conselheira Maria Hilda propôs uma regra de transição para que, sendo aprovada, a resolução não tenha efeito sobre forças-tarefa já em andamento. A votação dessa versão do texto ficou interrompida com o placar de 8 a 1 a favor, com o pedido de Janot de mais tempo para analisar a matéria.


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