Diretor da JBS cita repasse de R$ 15 milhões para Michel Temer; presidente nega

No âmbito da delação premiada dos irmãos Batista, do grupo JBS, presidente Michel Temer é investigado por indício de prática de três crimes: obstrução de Justiça, corrupção passiva e organização criminosa.
No âmbito da delação premiada dos irmãos Batista, do grupo JBS, presidente Michel Temer é investigado no STF por indício de prática de três crimes: obstrução de Justiça, corrupção passiva e organização criminosa.
No âmbito da delação premiada dos irmãos Batista, do grupo JBS, presidente Michel Temer é investigado por indício de prática de três crimes: obstrução de Justiça, corrupção passiva e organização criminosa.
No âmbito da delação premiada dos irmãos Batista, do grupo JBS, presidente Michel Temer é investigado por indício de prática de três crimes: obstrução de Justiça, corrupção passiva e organização criminosa.

Em depoimento de delação premiada prestado à Procuradoria-Geral da República (PGR), o diretor de Relações Institucionais e Governo da J&F (holding do grupo JBS), Ricardo Saud, disse que o presidente Michel Temer recebeu R$ 15 milhões em vantagens indevidas para a campanha à Vice-Presidência em 2014 e para atuar em favor do grupo empresarial.

Segundo o delator, o valor foi repassado pelo PT. O depoimento do diretor está em um dos vídeos das delações prestadas pelo grupo JBS. O teor dos vídeos foi divulgado na sexta-feira (19/05/2017) pelo Supremo Tribunal Federal (STF) após o ministro Edson Fachin ter retirado o sigilo das delações.

“Esses 15 milhões eram do PT, e o PT deu para o Temer usar na campanha de vice”, disse Ricardo Saud.

Saud acrescentou ter comunicado a Temer que a campanha do PT autorizou o repasse, que fazia parte do saldo que o grupo JBS tinha com o partido para doações eleitorais. Conforme o delator, o dinheiro foi destinado ao PMDB e ao ex-deputado Eduardo Cunha (RJ), que hoje está preso em Curitiba, no âmbito da Operação Lava Jato.

“Veio a ordem para dar os R$15 milhões do PT para o PMDB para a campanha do Temer. Isso feito, eu fui lá e comuniquei ao Temer na vice-presidência, aqui em Brasília, eu disse que chegaram os 15 milhões, e ele me disse para eu dar uma semana que ele ia dizer como fazer com o dinheiro”, afirmou Saud.

O diretor também relatou como Temer teria distribuído o dinheiro. “Nós fizemos da seguinte forma. Dos R$ 15 milhões, ele acabou ajudando o Eduardo Cunha, o Henrique Alves, acabou pondo uma parte, R$ 9 milhões no PMDB nacional. Ele mandou para vários estados. A gente tem tudo ali direitinho para onde esse dinheiro foi seguindo”, disse no depoimento.

Saud declarou aos procuradores que o dinheiro era “propina dissimulada em forma de doação oficial”

Planalto nega envolvimento de Temer em irregularidades

O Palácio do Planalto classificou como “informações falsas” as acusações feitas contra presidente Michel Temer nas delações premiadas do grupo JBS.

Em delação premiada, Ricardo Saud, diretor de Relações Internacionais da J&F (holding da JBS), cita repasse de R$ 15 milhões em vantagens indevidas para a campanha à vice-presidência em 2014 e para atuar em favor do grupo empresarial.

O presidente da República, Michel Temer, faz pronunciamento oficial e diz que não irá renunciar

“Todo o recurso recebido para a campanha foi oficial”, acrescentou a assessoria.

Nos depoimentos divulgados hoje, os delatores da J&F afirmaram que a empresa destinou mais de R$ 500 milhões para ajudar a eleger governadores, deputados estaduais, federais e senadores. De acordo com Saud, o total em dinheiro repassado por meio de “pagamentos dissimulados” alimentou as campanhas de 1.829 candidatos. Desses, 179 se elegeram deputados estaduais em 23 unidades da Federação e 167, deputados federais por 19 partidos.

Segundo o Ministério Público Federal (MPF), em encontro no Palácio do Jaburu com Joesley Batista, Temer deu aval para que ele continuasse a pagar uma espécie de mesada ao ex-deputado Eduardo Cunha e o doleiro Lúcio Funaro, ambos presos, para que continuassem em silêncio. O áudio da conversa, gravada por Joesley, foi disponibilizado ontem (18). Após a divulgação, o presidente Michel Temer e assessores ouviram a gravação e avaliaram que o conteúdo da conversa não incrimina o presidente, criando um clima de alívio no Planalto.

Hoje, após a quebra do sigilo das delações, o presidente e os assessores passaram o dia em reuniões.


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