Presidente Michel Temer anuncia processos contra empresário por “mentiras em série”

Capa da revista Época em que Joesley Batista revela corrupção praticada por membros do PMDB. Presidente Michel Temer (PMDB/SP) reage à denúncia.
Capa da revista Época em que Joesley Batista revela corrupção praticada por membros do PMDB. Presidente Michel Temer (PMDB/SP) reage à denúncia.
Capa da revista Época em que Joesley Batista revela corrupção praticada por membros do PMDB. Presidente Michel Temer (PMDB/SP) reage à denúncia.
Capa da revista Época em que Joesley Batista revela corrupção praticada por membros do PMDB. Presidente Michel Temer (PMDB/SP) reage à denúncia.

Em nota à imprensa, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) informou, neste sábado (17/06/2017), que o presidente Michel Temer entrará na justiça contra o empresário Joesley Batista, do grupo JBS. De acordo com a Secom, serão ações nas esferas cível e criminal.

“Neste fim de semana, em entrevista à revista Época, esse senhor desfia mentiras em série”, diz a nota da Secom. Na mensagem, a Secom reforça que os pleitos do empresário nunca foram aceitos pelo governo. Em outubro de 2016, por exemplo, o Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) impediu a transferência de domicílio fiscal das empresas de Batista para a Irlanda, mantendo-o ao alcance das autoridades brasileiras.

“Suas mentiras serão comprovadas e será buscada a devida reparação financeira pelos danos que causou, não somente à instituição Presidência da República, mas ao Brasil. O governo não será impedido de apurar e responsabilizar o senhor Joesley Batista por todos os crimes que praticou, antes e após a delação”, informou a nota.

Nota publicada pela Secom, em nome da presidência da República

Em 2005, o Grupo JBS obteve seu primeiro financiamento no BNDES. Dois anos depois, alcançou um faturamento de R$ 4 bilhões. Em 2016, o faturamento das empresas da família Batista chegou a R$ 183 bilhões. Relação construída com governos do passado, muito antes que o presidente Michel Temer chegasse ao Palácio do Planalto. Toda essa história de “sucesso” é preservada nos depoimentos e nas entrevistas do senhor Joesley Batista. Os reais parceiros de sua trajetória de pilhagens, os verdadeiros contatos de seu submundo, as conversas realmente comprometedoras com os sicários que o acompanhavam, os grandes tentáculos da organização criminosa que ele ajudou a forjar ficam em segundo plano, estrategicamente protegidos.

Ao bater às portas do Palácio do Jaburu depois de dez meses do governo Michel Temer, o senhor Joesley Batista disse que não se encontrava havia mais de dez meses com o presidente. Reclamou do Ministério da Fazenda, do CADE, da Receita Federal, da Comissão de Valores Mobiliários, do Banco Central e do BNDES. Tinha, segundo seu próprio relato, as portas fechadas na administração federal para seus intentos. Qualquer pessoa pode ouvir a gravação da conversa na internet para comprová-lo.

Em relação ao BNDES, é preciso lembrar que o banco impediu, em outubro de 2016, a transferência de domicílio fiscal do grupo para a Irlanda, um excelente negócio para ele, mas péssimo para o contribuinte brasileiro. Por causa dessa decisão, a família Batista teve substanciais perdas acionárias na bolsa de valores e continuava ao alcance das autoridades brasileiras. Havia milhões de razões para terem ódio do presidente e de seu governo.

Neste fim de semana, em entrevista à revista Época, esse senhor desfia mentiras em série. A maior prova das inverdades desse é a própria gravação que ele apresentou como documento para conseguir o perdão da justiça e do Ministério Público Federal por crimes que somariam  mais de 2 mil anos de detenção. Em entrevista, ele diz que o presidente sempre pede algo a ele nas conversas que tiveram. Não é do feitio do presidente tal comportamento mendicante. Quando se encontraram, não houve ou se registra nenhum pedido do presidente a ele. E, sim, o contrário. Era Joesley quem queria resolver seus problemas no governo, e pede seguidamente. Não foi atendido antes, muito menos depois.

Ao delatar o presidente, em gravação em que confessa alguns de seus pequenos delitos, alcançou o perdão por todos os seus crimes. Em seguida, cometeu ilegalidades em série no mercado de câmbio brasileiro, comprando um bilhão de dólares e jogando contra o real, moeda que financiou seu enriquecimento. Vendeu ações em alta, dando prejuízo aos acionistas que acreditaram nas suas empresas. Proporcionou ao País um prejuízo estimado em quase R$ 300 bilhões logo após vazar o conteúdo de sua delação para obter ganhos milionários com suas especulações.

Os fatos elencados demonstram que o senhor Joesley Batista é o bandido notório de maior sucesso na história brasileira. Conseguiu enriquecer com práticas pelas quais não responderá e mantém hoje seu patrimônio no exterior com o aval da justiça. Imputa a outros os seus próprios crimes e preserva seus reais sócios. Obtém perdão pelos seus delitos e ganha prazo de 300 meses para devolver o dinheiro da corrupção que o tornou bilionário, e com juros subsidiados. Pagará, anualmente, menos de um dia do faturamento de seu grupo para se livrar da cadeia. O cidadão que renegociar os impostos com a Receita Federal, em situação legítima e legal, não conseguirá metade desse prazo e pagará juros muito maiores.

O presidente tomará todas as medidas cabíveis contra esse senhor. Na segunda-feira, serão protocoladas ações civil e penal contra ele. Suas mentiras serão comprovadas e será buscada a devida reparação financeira pelos danos que causou, não somente à instituição Presidência da República, mas ao Brasil. O governo não será impedido de apurar e responsabilizar o senhor Joesley Batista por todos os crimes que praticou, antes e após a delação.

Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República

Brasília, 19 de junho de 2017.

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