Experimento da Odontologia da UFBA ganha prêmio internacional de ortodontia

Rolf Bherents, editor do American Journal of Orthodontics and Dentofacial Orthopedics, e os pesquisadores Andre Machado, Chuck Carlson e Won Moon.
Rolf Bherents, editor do American Journal of Orthodontics and Dentofacial Orthopedics, e os pesquisadores Andre Machado, Chuck Carlson e Won Moon.
Rolf Bherents, editor do American Journal of Orthodontics and Dentofacial Orthopedics, e os pesquisadores Andre Machado, Chuck Carlson e Won Moon.
Rolf Bherents, editor do American Journal of Orthodontics and Dentofacial Orthopedics, e os pesquisadores Andre Machado, Chuck Carlson e Won Moon.

O relato de caso sobre o uso de aparelho ortodôntico com micro-implantes que permite uma rápida expansão do maxilar superior, corrigindo uma deficiência na estrutura óssea em adulto, ganhou o mais importante prêmio da ortodontia mundial, concedido pelo The College of Diplomates of the American Board of Orthodontics. O estudo foi realizado em parceria entre a UFBA, e a Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA), Estados Unidos.

Publicado no American Journal of Orthodontics and Dentofacial Orthopedics – principal periódico da área – o relato foi baseado num estudo clínico de 2011 e descreve o acompanhamento do uso do aparelho de expansão óssea num paciente adulto. Instalado no céu da boca, o expansor usado difere de outros convencionais pela existência de quatro micro-implantes na forma de parafusos de dez milímetros, que transferem a força do aparelho à estrutura óssea da face. Na UFBA, o estudo foi coordenado pelo professor André Machado, da Faculdade de Odontologia.

Aparelho de expansão óssea

Criado em 2008 na Coreia do Sul, o aparelho foi aprimorado por Won Moon, do Departamento de Ortodontia da UCLA, um dos autores do estudo. Os outros, além do brasileiro Machado, que também é professor colaborador da universidade americana, são Chuck Carlson, Jay Sung e Ryan McComb.

“O estudo mostra um resultado ortodôntico extremamente eficiente e bastante positivo, melhorando a qualidade de vida do paciente de modo funcional e estético”, diz o professor Andre Machado. Ele explica que o aparelho faz uma separação ao meio do osso superior da boca, sem a necessidade de cirurgia, de forma a corrigir uma discrepância esquelética relacionada à largura, responsável por mazelas como mordida cruzada, alterações na respiração e na face. Após o uso, a separação do osso fica visível por um espaço entre os dentes centrais.

O aparelho de expansão óssea pode ser usado em pacientes com mordida cruzada posterior, alteração da mastigação e nas vias respiratórias. Enquanto numa criança é mais simples fazer essa expansão devido à estrutura óssea ainda em formação, em adultos o tratamento padrão durante muito tempo foi a cirurgia. O professor conta que nascemos com os ossos da maxila esquerda e direita separados e uma espécie de tecido une os dois lados na chamada linha média da boca, a partir dos sete anos. O aparelho promove, assim, a reabertura da região, evitando uma cirurgia. “É uma técnica mais viável, fácil e barata. E, para o paciente, o benefício de não precisar de uma cirurgia na face não tem preço”, destaca.

Para encaixar os mini-parafusos, observa o professor, é necessário apenas anestesia local, sendo bem menos invasivo e oneroso, quando comparado a uma cirurgia. O procedimento também apresenta os resultados com rapidez, pois, a depender do grau de discrepância do paciente, a separação dos ossos é feita em 10 a 20 dias. Posteriormente à fase do uso da técnica inovadora, faz-se o uso do aparelho ortodôntico fixo tradicional para finalizar o tratamento.

“A expectativa agora é usar a mesma técnica para corrigir outros problemas dentários de ordem esquelética”, diz Machado. Ele destaca o interesse atual de conduzir pesquisas para observar a viabilidade do uso do aparelho em outros tipos de alterações faciais, como por exemplo, pacientes com “queixo grande”.

O elevado padrão tecnológico da Faculdade de Odontologia é que permite, em sua opinião, a construção de importantes estudos na área. Ele cita o dolphin, software avançado para diagnóstico tridimensional em ortodontia, a tomografia e o scanner tridimensional de modelo como equipamentos que elevam, junto ao quadro acadêmico, a ortodontia da UFBA para um nível internacional expressivo.

O artigo Microimplant-assisted rapid palatal expansion appliance to orthopedically correct transverse maxillary deficiency in an adult pode ser lido no site da revista.


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