O dirigente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT) Jones Carvalho condenou a invasão da prefeitura de Salvador na região do Loteamento de Lindoia, no bairro de Itinga, em Lauro de Freitas, na quarta-feira (01/11/2017). O ataque foi uma das mais graves investidas do prefeito de Salvador, ACM Neto, em sua campanha para anexar territórios de Lauro de Freitas à capital.
Com o suposto objetivo de dar ordem de serviço à construção de uma praça na região, equipes da prefeitura de Salvador chegaram a descarregar material de construção no local, que, historicamente, pertence a Lauro de Freitas. No entanto, o material de construção e o caminhão foram apreendidos por órgãos da prefeitura de Lauro de Freitas, após ter sido acionada por moradores.
Além de Itinga, ACM Neto tenta tomar os bairros de Areia Branca, Capelão e Barro Duro. De acordo com Jones, Neto tenta, agora, completar o que foi feito por seu avô, Antônio Carlos Magalhães. Durante a ditadura militar, quando foi prefeito biônico de Salvador, ACM conseguiu articular a cassação do então prefeito de Lauro de Freitas. Devido a isso, conseguiu levar áreas de Lauro para a capital, a exemplo do aeroporto.
“O que Neto está querendo fazer agora é consolidar e tomar mais territórios de Lauro de Freitas, visando arrecadar o IPTU”, denuncia. Os territórios que estão em disputa agora sempre foram tiveram serviços públicos prestados pela administração municipal de Lauro de Freitas.
“Ele quer transformar esse pedaço de Lauro de Freitas na periferia de Salvador para arrecadar IPTU. Ele está querendo completar o trabalho do avô”. Foi o caso do loteamento Marissol, em Ipitanga, que foi entregue a ACM Neto pelo ex-prefeito de Lauro de Freitas, Márcio Araponga. “Esses locais que já foram tomados por Neto não recebem nenhuma assistência da prefeitura de Salvador. A única coisa que os moradores receberam foi o aumento do IPTU”, diz.
Morador de Lauro de Freitas há 10 anos e filiado ao diretório do PT no município, o dirigente afirma que moradores desses bairros compartilham a mesma identidade e sensação de pertencimento que outros habitantes de Lauro de Freitas. “Tenho ido a todas as caminhadas e esse é o sentimento das pessoas. Tem gente que mora em Lauro de Freitas há 30, 40 anos, gente que nasceu, que teve filhos aqui”, completa.
