América Latina volta a crescer liderada por Brasil e Argentina

Expectativa é de que a região tenha que se adaptar a uma nova realidade de baixo crescimento neste ano; causa seria a desaceleração da China, entre outras razões. Os países da América Latina devem pensar em redes de proteção social para as famílias mais pobres, avalia Banco Mundial.
Expectativa é de que a região tenha que se adaptar a uma nova realidade de baixo crescimento neste ano; causa seria a desaceleração da China, entre outras razões. Os países da América Latina devem pensar em redes de proteção social para as famílias mais pobres, avalia Banco Mundial.
O Banco Mundial divulgou documento em que afirma que as economias da América Latina e do Caribe estão voltando a crescer com força depois de seis anos de estagnação puxadas pelo crescimento do Brasil e da Argentina.
O Banco Mundial divulgou documento em que afirma que as economias da América Latina e do Caribe estão voltando a crescer com força depois de seis anos de estagnação puxadas pelo crescimento do Brasil e da Argentina.

O Banco Mundial divulgou nesta terça-feira (17/04/2018) documento em que afirma que as economias da América Latina e do Caribe estão voltando a crescer com força depois de seis anos de estagnação puxadas pelo crescimento do Brasil e da Argentina, as duas maiores economias sul-americanas. Os dados mostram que o crescimento brasileiro será de 2,4% em 2018 – previsão maior do que a do FMI, divulgada hoje, que foi de 2,3% – e de 2,5% em 2019.

As informações fazem parte do relatório “Ajuste Fiscal na América Latina e Caribe: Dores no Curto Prazo, Ganhos no Longo?”. Segundo o Escritório do Economista-Chefe do Banco Mundial para a América Latina e Caribe, o crescimento se deve a um ambiente externo favorável, incluindo o aumento dos preços das commodities, o crescimento dos Estados Unidos e o da China e a alta liquidez internacional.

O economista-chefe do Banco Mundial para a América Latina e o Caribe, Carlos Vegh, destacou as reformas levadas adiante no país e afirmou: “Foram feitas reformas importantes no Brasil, talvez não com a velocidade que se esperava, mas houve reformas fiscais e reformas trabalhistas. A reforma da Previdência não foi aprovada, mas foi muito discutida, então creio que há um consenso entre todas as classes politicas de que a reforma da previdência deve ser feita.”

América Latina

Segundo o documento, a América Latina cresceu 1,1% em 2017 e deve crescer 1,8% em 2018 e 2,3% em 2019. Se fosse excluída a Venezuela, que passa por grave crise política, humanitária e econômica, as estimativas seriam de 2,6% em 2018 e 2,8% em 2019. A economia venezuelana teve uma queda abrupta em seu PIB real de 16,5% em 2016 e de 14,5% em 2017, com perspectivas para 2018 igualmente pessimistas, com queda em torno de 14,3%.

Na Argentina, as estimativas são de alta de 2,7% em 2018 e 2,8% em 2019 e, no México, crescimento de 2,3% e 2,5%, respectivamente. A América Central deve crescer 3,8% em 2018 e em 2019, já para o Caribe as estimativas são de alta de 3,5% em 2018 e 3,4% em 2019.

O relatório faz a ressalva de que após vários anos de baixo crescimento, a situação fiscal de muitos desses países é frágil: a dívida pública da região como um todo representa 57,6% do Produto Interno Bruno (PIB) latino-americano e quase todos os países da região fecharam 2017 com déficits fiscais.

O documento afirma que caso o Brasil conseguisse diminuir sua relação dívida pública sobre o PIB do número atual de 74% para 61,5%, poderia recuperar o grau de investimento, classificação de risco por agências estrangeira, em até dez anos. Isso se faria por meio de sucessivos superávits primários entre 2018 e 2028, começando com 7,5% neste ano e subindo para 5,8% a partir do ano que vem.

Segundo o Banco Mundial, períodos como o atual, de crescimento econômico, favorecem ajustes fiscais. Vegh afirma que “A persistência dos déficits e os altos níveis de endividamento podem colocar em risco os ganhos obtidos a duras penas nas últimas décadas, que ajudaram a reduzir a inflação, a pobreza e a desigualdade e a estimular o crescimento inclusivo”.


Discover more from Jornal Grande Bahia (JGB)

Subscribe to get the latest posts sent to your email.

Facebook
Threads
WhatsApp
Twitter
LinkedIn

Discover more from Jornal Grande Bahia (JGB)

Subscribe now to keep reading and get access to the full archive.

Continue reading

Privacidade e Cookies: O Jornal Grande Bahia usa cookies. Ao continuar a usar este site, você concorda com o uso deles. Para saber mais, inclusive sobre como controlar os cookies, consulte: Política de Cookies.