Barroso, a Corveta da paz | Por Baltazar Miranda Saraiva

Corveta Barroso é o quinto navio brasileiro a ostentar o nome do almirante Francisco Manuel Barroso da Silva, também conhecido como Barão do Amazonas.
Corveta Barroso é o quinto navio brasileiro a ostentar o nome do almirante Francisco Manuel Barroso da Silva, também conhecido como Barão do Amazonas.
Corveta Barroso é o quinto navio brasileiro a ostentar o nome do almirante Francisco Manuel Barroso da Silva, também conhecido como Barão do Amazonas.
Corveta Barroso é o quinto navio brasileiro a ostentar o nome do almirante Francisco Manuel Barroso da Silva, também conhecido como Barão do Amazonas.
Comandante Ávila e o desembargador Baltazar Miranda Saraiva.
Comandante Ávila e o desembargador Baltazar Miranda Saraiva.

Aportou na Bahia, vinda do Líbano, onde se encontrava há nove meses em missão de paz, integrando a Força Tarefa Marítima da UNIFIL, a Corveta Barroso, o quinto navio brasileiro a ostentar o nome do almirante Francisco Manuel Barroso da Silva, também conhecido como o Barão do Amazonas.

A Corveta Barroso integra a UNIFIL desde 2017, servindo como navio capitânia da Força Tarefa Marítima, na missão de paz no Líbano, patrulhando a costa libanesa, acompanhado de outros navios componentes da missão de paz das Nações Unidas. Entre suas façanhas destaca-se o resgate de 220 emigrantes que estavam em uma embarcação com risco de afundar no mar mediterrâneo.

Barroso era um “homem do mar”, o paradigma do comando de navio veleiro do século XIX, que passara boa parte de sua vida pisando num convés. Era austero, objetivo e disciplinado. Tamandaré o tinha como amigo e o manteve como seu Chefe de Estado-Maior das Forças Navais em Operações no Rio da Prata, de abril de 1865 a dezembro de 1866.

Esse magnífico navio é o resultado do novo projeto das Corvetas da Classe “Inhaúma”, no qual -apesar de mantido em seus aspectos originais-, as mudanças tecnológicas o tornaram um navio competitivo e de acordo com a mais avançada tecnologia.

Integrante do projeto de nacionalização utilizado pela Marinha, a construção dessa Corveta deu-se após uma ampla avaliação operacional e de engenharia, analisada pelos nossos engenheiros navais preocupados em construir um navio à altura dos avanços tecnológicos das nações mais desenvolvidas do globo.

Sua construção teve início em 1994, no Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro. O batimento de quilha, que é uma cerimônia que marca o início da construção do navio, ocorreu em dezembro do mesmo ano. A quilha é considerada pelos antigos como o coração do navio, e é cercada de muitas superstições. Daí a necessidade de se desejar, ao fazer o batimento, a proteção dos deuses, segundo a tradição marítima.

Seu lema nos faz relembrar a Guerra do Paraguay, quando o almirante Barroso, causando grandes perdas ao inimigo, aproveitou o fato de sua fragata ter rodas laterais de propulsão, para atacar os navios paraguaios, abalroando-os com a sua proa e pronunciando mais uma de suas frases históricas: “Sustentar o Fogo que a Vitória é Nossa”.

Entre suas características está que ela se desloca com 1.785 toneladas e tem uma dimensão de 103,4 metros de cumprimento. Sua propulsão é a diesel, com uma turbina a gás-GE LM 2.500 de 24.490 shp, além de uma velocidade máxima de 20,5 nós. É armada com um canhão Vickers Mk 8 de 4,5 polegadas/55 calibres, um canhão Bofors Trinity Mk2 de 40 mm, quatro lançadores de mísseis MM Exorcet Block e dois lançadores triplos ARES SL T Mod. 400 de torpedeiros A/S de 324mm.

Foi escolhido como símbolo da Corveta Barroso a Fênix, que é um pássaro da mitologia grega com penas brilhantes, douradas e vermelhas. Assemelhava-se a uma águia, mas, segunda a lenda, quando morria entrava em auto-combustão e, passado algum tempo, renascia das próprias cinzas. A mitologia registra que ela era capaz de voar sobre continentes, deslocando-se em alta velocidade.

A Fênix foi escolhida como símbolo da Corveta sobretudo por inspirar perseverança e renascimento. As características atribuídas a esse pássaro se assemelham às características da Corveta Barroso, ou sejam, a bela silhueta, a capacidade de desenvolver altas velocidades e combater nos diversos ambientes de guerra.

Sua tripulação é composta de 145 militares sob o comando do capitão de Mar e Guerra Dino Ávila Busso, que, entre as inúmeras condecorações recebidas no Brasil e no exterior, destaca-se a Medalha Tamandaré, por sua bravura, competência, amante da paz e defensor incansável de nossa soberania.

O comandante Dino é desses marinheiros que os mares chamam para largar o navio do porto e fazê-lo flutuar sobre as águas eternas, viajando sobre a imensidão das águas e aportando em portos misteriosos, montados sobre a solidão do mar.

Os baianos que visitaram a Corveta Barroso neste último domingo tiveram uma recepção à altura de sua tripulação, composta por oficiais e praças que dignificam o Brasil em qualquer lugar onde o navio aporte, com destaque para o fato de que o primeiro porto a ser atracado por essa magnifica máquina de guerra, a serviço da paz, foi a Bahia, onde o vento traz a frescura das manhãs – vinda do mar-, soprando sobre o seu cais dourado.

*Baltazar Miranda Saraiva é Desembargador, Presidente da 5ª Câmara Cível, membro da Comissão de Igualdade do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia, do Conselho da Magistratura (TJ/BA), da Associação Bahiana de Imprensa-ABI, da Sociedade Amigos da Marinha-SOAMAR e Vice-Presidente Social, Cultural e Esportivo da Associação Nacional dos Magistrados Estaduais (ANAMAGES).

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