
Uma ampla atualização do Índice de Competitividade Global publicado todo ano pelo Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês) revela que a economia global está mal preparada para a transformações causadas pela tecnologia.
Enquanto os Estados Unidos chegam mais perto da “fronteira competitiva”, ocupando o primeiro lugar no ranking, o WEF alerta que as políticas governamentais precisam recuperar o atraso para evitar que mudanças tecnológicas rápidas se tornem um empecilho para a competitividade. Cerca de três quartos das economias carecem de capacidade de inovação suficiente, impactando a competitividade econômica de acordo com o estudo.
O Índice anual, lançado hoje, avalia a competitividade nacional de 140 países por meio de fatores que determinam o nível de produtividade de uma economia, incluindo instituições, infra-estrutura, dinamismo empresarial, entre outros quesitos.
Evolução do conceito de competitividade
O WEF, sediado em Genebra, reformulou o Índice para refletir a natureza mutável da competitividade econômica na era da inovação rápida e das tecnologias digitais que definem a Quarta Revolução Industrial, que está criando um novo conjunto de desafios para governos e empresas (veja o quadro abaixo). O Fórum argumenta que esses desafios correm o risco de ter um impacto negativo no crescimento e produtividade futuros.
Muitos dos fatores que terão maior impacto na condução da competitividade no futuro nunca foram o foco das principais decisões políticas no passado. Isso inclui geração de ideias, cultura empreendedora, abertura e agilidade.
A Quarta Revolução Industrial está a perturbar economias e sociedades, redefinindo a forma como trabalhamos, vivemos e interagimos uns com os outros. De acordo com o WEF, isso oferece um potencial para se ultrapassar estágios de desenvolvimento – mas também torna o caminho para o desenvolvimento menos certo.Chegando perto da fronteira
A Suíça ficou em quarto lugar, atrás dos EUA, Cingapura e Alemanha, e à frente do Japão. O país liderou o ranking nos últimos nove anos com base na metodologia anterior (versão 3.0), assim que essa queda registrada no novo ranking é mais um reflexo da mudança metodológica do que uma real piora do desempenho da Suíça.
Uma área em que a Suíça tem um desempenho relativamente bom é na capacidade de inovação, onde o país ocupa o terceiro lugar, atrás da Alemanha e dos EUA. A Suíça também está em primeiro lugar em co-invenções internacionais e em segundo no quesito colaboração entre diferentes agentes econômicos (acionistas, empregadores, sindicatos e funcionários).
Globalmente, o Índice encontrou uma fraqueza relativa em todos os setores quando se trata de dominar o processo de inovação, da geração de ideias à comercialização de produtos. Cerca de 103 países pontuaram abaixo de 50 (em 100) nesse tópico.
A Suíça também se destaca no mercado de trabalho, com a melhor qualidade de formação profissional do mundo. A eficiência dos serviços de trem e a confiabilidade do abastecimento de água também são pontos fortes para o país.A Suíça porém não fica bem na foto quando o tema é abertura do mercado. Ela ocupa o 16º lugar na categoria de mercado de produtos, que avalia o equilíbrio do espaço econômico de um país para as empresas participarem de seu mercado. O país cai ainda mais quando se trata de complexidade de tarifas e ocupa o 48º lugar em tarifas comerciais.
A negociação de novos acordos comerciais tem sido uma das principais prioridades do governo suíço nos últimos meses. Nessa semana, o chefe da diplomacia suíça está em Washington para negociar um possível acordo de livre comércio com os EUA. O ministro suíço da Economia, Johann Schneider-Ammann, também está promovendo negociações de livre comércio entre Mercosul e a Associação Europeia de Livre Comércio.
O país também mostra lacunas no dinamismo dos negócios, incluindo o custo e o tempo necessários para abrir um negócio – áreas onde os EUA se saem bem.
Apelos por mais abertura e inclusão
Na esteira do aumento das tensões comerciais, o WEF chama a atenção dos governos para que resistam a medidas protecionistas impulsionadas por interesses de curto prazo e que, em vez disso, promovam uma maior abertura para impulsionar a competitividade e o crescimento a longo prazo. O relatório afirma que “a busca pela competitividade nacional não prejudica a cooperação global – de fato, a abertura contribui para a competitividade”.
Os resultados também apresentam um forte argumento para políticas como redes de segurança e tributação progressiva (quem ganha mais, paga mais imposto) para melhorar as condições daqueles afetados desvantajosamente pela globalização. Embora a tecnologia tenha o potencial de melhorar o desenvolvimento, Saadia Zahidi, membro do Conselho de Administração e chefe do Centro para a Nova Economia e Sociedade do WEF, argumentou em um comunicado de imprensa, “não existem soluções mágicas de um lado só. Os países precisam investir em pessoas e instituições para cumprir as promessas da tecnologia.”
*Com informações do Swissinfo.
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