Líder palestina diz que transferir embaixada brasileira para Jerusalém seria “irresponsável” e teria “sérias consequências”

Hanan Ashrawi: Não seria bom para as relações comerciais do Brasil com o resto do mundo. Não apenas com o mundo árabe ou o mundo islâmico, mas com todo o mundo.
Hanan Ashrawi: Não seria bom para as relações comerciais do Brasil com o resto do mundo. Não apenas com o mundo árabe ou o mundo islâmico, mas com todo o mundo.
Hanan Ashrawi: Não seria bom para as relações comerciais do Brasil com o resto do mundo. Não apenas com o mundo árabe ou o mundo islâmico, mas com todo o mundo.
Hanan Ashrawi: Não seria bom para as relações comerciais do Brasil com o resto do mundo. Não apenas com o mundo árabe ou o mundo islâmico, mas com todo o mundo.

Integrante do comitê executivo da Organização para Libertação da Palestina (OLP) e do Conselho Legislativo Palestino, Hanan Ashrawi considera a decisão de transferir a embaixada brasileira em Israel de Tel Aviv para Jerusalém uma bravata de campanha do presidente eleito Jair Bolsonaro. Líder do departamento de Cultura e Informação da OLP, a ex-deputada palestina espera que a medida não se transforme em realidade. “Não seria bom testar as consequências”, afirma na entrevista exclusiva.

O que a senhora pensa sobre essa decisão do presidente eleito do Brasil de transferir a embaixada brasileira para Jerusalém?

Esperamos que isso seja apenas conversa e não se transforme em ação, porque se trata de uma decisão ilegal e muito irresponsável. Seria um passo provocativo e ilegal.

Haverá consequências no relacionamento entre Brasil e os palestinos?

Se acontecer, haverá sérias consequências. Esperamos que seja apenas retórica e que não seja implementada. Não seria bom para o Brasil.

Como assim?

Não seria bom para as relações comerciais do Brasil com o resto do mundo. Não apenas com o mundo árabe ou o mundo islâmico, mas com todo o mundo. O Brasil seria visto como um país que dá um passo ilegal e contra as exigências da paz.

Mas a transferência foi uma promessa de campanha de Jair Bolsonaro.

As pessoas dizem muitas coisas durante as campanhas. O fato de que ele prometeu não torna a promessa implementável. O Trump (presidente americano Donald Trump) prometeu muitas coisas em sua campanha, mas não implementou todas. Trump é repudiado em todo o mundo. Então, não acho que ele queira estar na companhia de Trump e de Netanyahu (o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu) como violadores da lei.

O Brasil ficará isolado, caso isso aconteça?

Sim, claro. A transferência teria consequências diplomáticas e econômicas, além de outras consequências. Ainda há tempo de voltar atrás. Lembro que o Paraguai chegou a transferir a embaixada para Jerusalém e voltou atrás. Tudo é reversível.

A senhora acredita que seria uma mudança muito profunda na diplomacia brasileira no Oriente Médio?

Parece-me que o Brasil sempre teve uma posição de legalidade e moralidade e boas relações com a Palestina e com o mundo árabe, independentemente de diferenças individuais ou de quem tenha vencido eleições. Achamos que isso deveria ser uma constante e as políticas do presidente deveriam refletir essa tradição.

Há uma tentativa da liderança palestina em tentar mudar a decisão?

Estamos apenas pedindo ao Brasil para usar sabedoria e responsabilidade e não dar esse passo. Para estar do lado da justiça e não da ilegalidade. Não seria bom testar as consequências.

*Por Daniela Kresch, correspondente da RFI Brasil em Tel Aviv.


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