Prisão de Carlos Ghosn é choque brutal no mundo dos negócios, diz imprensa francesa

Carlos Ghosn, presidente-executivo da aliança automobilística Renault-Nissan-Mitsubishi, é suspeito de fraude fiscal.
Carlos Ghosn, presidente-executivo da aliança automobilística Renault-Nissan-Mitsubishi, é suspeito de fraude fiscal.
Carlos Ghosn, presidente-executivo da aliança automobilística Renault-Nissan-Mitsubishi, é suspeito de fraude fiscal.
Carlos Ghosn, presidente-executivo da aliança automobilística Renault-Nissan-Mitsubishi, é suspeito de fraude fiscal.

O franco-líbano-brasileiro Carlos Ghosn está na capa de todos os principais jornais franceses desta terça-feira (20/11/2018). O presidente-executivo da aliança automobilística Renault-Nissan-Mitsubishi foi detido na segunda-feira (19) em Tóquio, suspeito de fraude fiscal e uso de dinheiro e recursos da empresa para fins pessoais.

“A queda do imperador Carlos Ghosn” é a manchete de capa do jornal Aujourd’hui en France. “Suspeito, preso e, em breve, destituído”, diz a matéria do diário que explica que durante vários anos o executivo declarou ao fisco salários inferiores aos que recebeu. Segundo a Nissan, diz Aujourd’hui en France, 5 bilhões de iens – o equivalente a cerca de R$ 164 milhões, teriam sido dissimulados de 2011 a 2015.

 “Um ícone desmantelado” diz o jornal Les Echos em sua manchete de capa. O diário econômico lembra que em junho de 2019, Ghosn iria celebrar seu vigésimo ano na Nissan, onde obteve o cargo de diretor de operações em 1999.

“Em Paris como em Tóquio, o anúncio de sua detenção e da futura destituição da Nissan e da Mitsubishi provocou um choque brutal no mundo dos negócios”, escreve Les Echos. O jornal destaca que na noite de segunda-feira não havia uma mídia japonesa sequer que não estivesse falando da queda do franco-líbano-brasileiro de 64 anos, extremamente admirado no país por ter salvo da falência de forma espetacular a montadora japonesa Nissan.

A moral do capital

“Conduta Zero” é a manchete do jornal Libération, que estampa sua capa com uma foto de página inteira de Carlos Ghosn. A prisão do executivo é assunto também do editorial do diário que questiona a necessidade deste célebre homem de negócios de acumular uma fortuna ainda maior que os € 15 milhões que recebia por ano (cerca de R$ 64 milhões).

Dominar o mercado automobilístico, sendo uma lenda do mundo das montadoras e conquistando uma imensa fortuna não foi suficience para Ghosn. “É preciso crer que a moral do capital não é a dos homens”, diz Libération, citando Karl Marx: “Acumular, acumular! É a lei e os profetas”.

Já o editorial do jornal Le Figaro defende o executivo com unhas e dentes. “Seria presunçoso julgar esse caso, considerando que conhecemos apenas uma versão dele”, publica. O texto salienta que Carlos Ghosn é hoje um dos chefes de empresa mais respeitados do mundo. “Que ele responda, o mais rápido possível, a essas acusações. E, se for preciso, que pague pelas consequências dela”, conclui o jornal Le Figaro.

*Com informações da Agência RFI.


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