O que dizer a mamãe – mãinha…..? | Por Reginaldo de Souza Silva

Artigo aborda função social da família.
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O Brasil segundo dados do IBGE 2015 tinha 11,6 milhões de famílias compostas por mulheres sem cônjuges com filhos e outros arranjos familiares. Diuturnamente muitas mães fazem o maior sacrifício para alimentar, educar e manter seguro seus filhos e filhas.

Em muitas famílias jovens sentem-se independentes e procuram alçar outros voos. Alguns ficam por anos longe dos familiares, principalmente pai e mãe. Outro(a)s casam e também por questões de sobrevivência buscam a sua independência e lançam voos mais distantes.

Ocorre que com o tempo todo(a)s nós iremos envelhecer, uns com mais recursos, outros com menos, uns próximos aos familiares, outro(a)s distantes. Uns com muita saúde, outros nem tanto, outro(a)s com o tempo começam a apresentar problemas de saúde causados por envelhecimento e/ou alguma doença.

Uma das maiores doenças é o esquecimento, a divisão da família, a falta do carinho, das palavras, do aconchego, do relembrar os momentos felizes e as lutas da vida diária. Todo(a)s nós iremos envelhecer, nossa sociedade não esta preparada. Talvez nem nós mesmos. O problema não é envelhecer é onde e com quem iremos conviver em nosso tempo de existência na terra.

Nossa mãe ou simplesmente mãinha com a sua experiência de vida nos ajuda a entender melhor os caminhos da vida. Em muitos lares brasileiros estão lá a avó cuidando dos netos enquanto seus filho(a)s estão trabalhando. Outros avós já não podem ficar sozinhos e alguém da família é escolhido(a) para cuidar, conviver e manter a alegria e segurança de viver. Principalmente quando seu companheiro se foi.

Quando perdemos alguém que amamos não há e não existe nenhuma palavra de reparação, de conforto que possa abarcar a dor que sentimos. A perda de quem amamos é imensurável. As pessoas que vivenciaram sabem a dor que estou falando, ver nossa mãe partir sem  podermos impedir, as vezes nosso coração recebe a dor em etapas, a dor de uma doença ou deficiência que vai definhando a quem amamos, sentimos uma dor dupla, a dor que sente quem amamos e a dor de vê-la sofrer e não termos a capacidade de impedir, as vezes, apenas ajudamos a minimizar.

Durante anos acompanhei minha colega de trabalho em sua luta para manter viva e com alegria e saúde, a sua mãe. Distante da terra onde nasceram, distante de alguns irmãos e familiares. Sua luta para se manter firme junto com seus filhos e esposo. Sua luta nos pronto socorro, planos de saúde e hospitais. Suas lutas diárias com os compromissos acadêmicos sem deixar de lado e um só momento, sua mãe. Vivenciei seu cansaço, sua alegria em pequenas melhoras e seu sofrer quando já não tinha mais respostas.

Hoje professores e professoras, aluno(a)s, funcionário(a)s da UESB e de outras universidades, e dos movimentos sociais procuram palavras, com choro, com tristeza neste momento difícil pedindo que nossa amiga e professora, Núbia Regina, do Departamento de Filosofia e Ciências Humanas, “consiga suportar a dor da perda com Fé e resignação junto aos familiares, pois esse é um momento que  necessitamos aprender a nos curvar ante a vontade Suprema”. Que o amor permaneça unindo seu lar nesse momento tão delicado para o qual nunca nos encontramos preparados o suficiente. A Serenidade, a paz e a luta foi e sempre será a bandeira desta família. Que o Senhor Nosso Deus conforte seu coração e de sua família.

Lutadora, resta uma mensagem do povo de origem africana: Quando o sonho se desfaz, Oxum reconstrói. Quando se acabam as forças, Oxum renova. Quando é inevitável conter as lágrimas, Oxum dá alegria. Quando não há mais amor, Oxum faz nascer…

*Prof. Dr. Reginaldo de Souza Silva, coordenador do Núcleo de Estudos da Criança e do Adolescente da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – NECA/UESB; Prof. Dr. Paulo Paes – UFMS.


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